Estaleiros de Viana do Castelo
Uma recomendação ao Governo da iniciativa do PCP no sentido da reversão do processo de subconcessão dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e sua reintegração no sector empresarial do Estado foi recentemente chumbada no Parlamento pelos votos contra da maioria PSD/CDS-PP e do PS. Votaram favoravelmente o diploma, além do seu autor, PEV e BE. Em debate esteve também uma petição onde os seus subscritores expressavam a sua oposição ao encerramento daquela unidade naval.
Para o PCP é claro que a vontade deste Governo sempre foi a de privatizar os Estaleiros Navais de Viana do Castelo» ou, não o conseguindo, de proceder ao seu «desmantelamento e destruição», como assinalou no debate a deputada Carla Cruz. Foi o que de facto veio a acontecer com a concessão num processo que teve como momentos-chave o não cumprimento do contrato para a construção dos asfalteiros para a Venezuela, o não cumprimento da contratação dos Navios Patrulhas Oceânicos (NPO) e as «supostas ajudas do Estado que ainda hoje a Comissão Europeia não deu por provadas».
Invocou a maioria que a empresa a quem foi concessionado os Estaleiros já admitiu mais de cem trabalhadores, havendo a promessa de contratar mais três centenas e de construir dois navios para a «Douro Azul».
«O que existe são anúncios», ripostou Carla Cruz, «nada de concreto». Criticou assim a maioria PSD/CDS-P por lhe bastar «umas poucas promessas ou a criação de uma centena de postos de trabalho» e acusou-a de «não se importar com o futuro da região».
A situação a que os Estaleiros de Viana chegaram, lembrou a deputada comunista, resulta das opções ideológicas do Governo, que levaram à paralisação forçada da empresa.
Deste debate resultou, entretanto, por outro lado, um cair da máscara do PS, no entender da deputada do PCP, porquanto, perante uma proposta para reverter este processo, nada fez e preferiu alinhar com a maioria governamental.