Incompetência revelada
O despacho da Procuradoria-Geral da República arquivando o inquérito relacionado com a plataforma informática Citius, por «não existirem indícios do crime de sabotagem informática», veio deitar por terra a tentativa de desresponsabilização da ministra da Justiça e do Governo. A esta posição, expressa num comunicado emitido no dia 11 pelo seu Gabinete de Imprensa, o PCP soma uma exigência: que a ministra retire «todas as ilações do resultado deste inquérito, e assuma, como chegou a afirmar, todas as consequências políticas que se impõem».
Para o PCP, a tese da sabotagem foi uma «manobra para encontrar bodes expiatórios», uma cortina de fumo com a qual se procurou esconder a incompetência do Ministério da Justiça e afastar as atenções do «verdadeiro fiasco que foi a entrada em vigor da “grande reforma”» do sector. Serviu, acima de tudo, para tentar esconder os «verdadeiros malefícios e prejuízos que o novo mapa judiciário irá trazer para as populações», acrescenta o PCP, denunciando ainda a difamação de que foram alvo os funcionários acusados.
Dissipada a «nuvem de fumo», afirma o PCP, fica a realidade dos tribunais, com a «precariedade de funcionamento do Citius, a migração dos processos por concluir, enfim, com a confusão longe de estar terminada».