Base sólida para crescer
Se há exemplo que revela as potencialidades da acção de contactos com os membros do Partido, o da organização de freguesia de Samora Correia é claramente um deles. No que respeita a percentagens, pouco há a dizer: 100 por cento dos militantes foram já contactados e as últimas fichas foram preenchidas no dia 31 de Outubro. Pendente está apenas um caso, de uma emigrante na Noruega, que fez saber que quando vier a Portugal, no Natal, regularizará a sua situação partidária.
Por detrás dos números – particularmente significativos em si mesmos – está um notável trabalho de organização dos comunistas de Samora Correia. O primeiro passo, conta Augusto Marques, da Comissão de Freguesia, foi separar por bairros e zonas os militantes a contactar. Para esta tarefa, foi essencial a existência de um ficheiro actualizado e a ajuda de Vítor Amor, o mais velho dos militantes activos: «Ele conhece toda a gente», sublinhou Augusto Marques. Depois, acrescentou, «foi fácil».
Arrumada a casa, partiu-se para as conversas, sublinhou Conceição Mergulhão, igualmente da Comissão de Freguesia: durante semanas a fio, todos os dias entre as 19 e as 21 horas, um grupo de militantes (integrantes da Comissão de Freguesia ou da Comissão de Bar) percorreu as localidades, bairros e ruas de Samora Correia e conversou com todos e cada um dos membros do Partido constantes no ficheiro. As conversas duravam o que tinham que durar e, em alguns casos, foi necessário voltar mais do que uma vez. E assim se fez.
Porta aberta para crescer
Mas não é só pelo facto de ter concluído a acção de contactos que a organização de freguesia de Samora Correia do PCP é um caso exemplar. É-o também pela forma como a está a utilizar para reforçar o Partido aos mais variados níveis.
Fazendo um breve balanço dos resultados alcançados, Conceição Mergulhão destacou os seis recrutamentos realizados, a que se somam mais dois para a JCP, e o pagamento de quotas por todos os militantes, alguns dos quais aumentaram o valor da sua contribuição mensal. Os efeitos da acção fazem-se sentir igualmente na crescente participação nas actividades que o Partido promove no Centro de Trabalho da freguesia: o magusto do passado domingo, comemorativo da Revolução de Outubro, foi disso testemunho. A venda do Avante! também aumentou, mas de forma muito ligeira.
Preenchidas todas as fichas, regularizadas todas as situações, a acção está longe de estar concluída. Esta é, pelo menos, a convicção que reina entre os comunistas de Samora Correia. Para Augusto Marques, agora que a «porta está aberta», há que continuar a aproveitar o que estes contactos podem acrescentar ao trabalho do Partido: há recrutamentos «pendentes» que urge concretizar e muito trabalho a fazer para que o Avante! chegue a cada vez mais militantes. Neste caso, lembrou Augusto Marques, é necessário encontrar quem o possa levar às diferentes zonas da extensa freguesia, replicando o que já é feito no centro. A realização regular, no Centro de Trabalho, de plenários de militantes e de reuniões públicas abertas à população é outro projecto da Comissão de Freguesia.
Dedicação e camaradagem
O contacto com todos os membros do Partido na freguesia era uma ideia que há muito vinha sendo alimentada pelos elementos mais activos da organização partidária de Samora Correia, empenhados em fazê-la regressar aos índices de actividade e influência de outros tempos. Quando o Comité Central decidiu lançar esta acção, «ficámos todos contentes», lembrou Augusto Marques.
Depois de um período difícil – na sequência da doença e do falecimento daquele que era o seu mais destacado militante, José Carlos Bogado –, a organização de freguesia de Samora Correia começou, desde há dois anos, a reerguer-se. Hoje, assegura todas as semanas duas vendas de rua do Avante!, expõe na montra do Centro de Trabalho um jornal de parede (a partir de uma selecção de páginas do órgão central do Partido), realiza iniciativas com regularidade e foi capaz de concluir com êxito a acção de contactos.
Se a dedicação de todos ao Partido explica grande parte destes feitos, há algo mais, adianta João Mendes, da Comissão de Freguesia: «damo-nos todos muito bem.» Chama-se camaradagem.