PCP assinala Revolução de Outubro

Exemplo para a luta que continua

O PCP assinalou, em iniciativas realizadas um pouco por todo o País, o 97.º aniversário da Revolução de Outubro. Mais do que a evocação de um acontecimento passado, as comemorações foram um compromisso de futuro com uma luta que continua. 

Intensifica-se a luta e a resistência dos povos contra o imperialismo

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Das iniciativas realizadas destacamos duas: o almoço na sede central do Partido, na segunda-feira, 10, e a iniciativa promovida dois dias antes, na Quinta da Atalaia, pela Comissão de Património do PCP. Duas de muitas que, por todo o País, reuniram centenas de militantes e amigos do Partido.

No tradicional almoço da sede nacional do PCP, em que participaram mais de uma centena de funcionários e colaboradores da estrutura central do Partido, coube ao director do Avante!, Manuel Rodrigues, fazer a intervenção evocativa da Revolução de Outubro, a qual, nas suas palavras, triunfou num país «atravessado pela guerra imperialista, com um povo barbaramente fustigado pela exploração, pela repressão, pela fome e pelo analfabetismo», que lançou as bases de uma nova sociedade, realizando o «sonho milenar da humanidade de liquidação de todas as formas de exploração e opressão». Foi o «assalto ao céu» do proletariado russo, dirigido por Lénine e pelo Partido Bolchevique.

O membro da Comissão Política lembrou, em seguida, as bases em que assentou a sociedade nova que ali se começou a construir: a eliminação de todas as formas de exploração e opressão, a paz e a amizade entre os povos e «importantes direitos e valores de grande significado histórico e impacto mundial». O trabalho com direitos e livre da exploração, a igualdade entre homens e mulheres, o direito à saúde, à educação e à cultura, a nacionalização da terra e dos sectores fundamentais da economia são apenas alguns deles.

Manuel Rodrigues sublinhou ainda os impetuosos avanços alcançados, que fizeram do império russo, predominantemente rural e onde persistiam as relações feudais, um país «industrializado e socialmente avançado», a União Soviética. O dirigente do PCP lembrou o impacto mundial da revolução, visível quer na criação de partidos comunistas em todo o Mundo quer nos próprios avanços alcançados nos países capitalistas.

O desaparecimento do campo socialista, recordou Manuel Rodrigues, não foi o «fim da história», como proclamava e continua a desejar o capitalismo e o imperialismo. A vida vida encarregar-se-á de confirmar o que o PCP afirmou em 1990, no seu XIII Congresso: «anunciam o fim da história aqueles de quem a história anuncia o fim».

Sempre por Outubro

Intervindo, no sábado, num almoço promovido pela Comissão de Património do Partido, na Quinta da Atalaia, Albano Nunes, do Secretariado, garantiu que a «violenta ofensiva exploradora e agressiva do imperialismo que aí está é consequência directa das trágicas derrotas do socialismo» verificadas no início da última década do século XX. A realidade, desmentindo a concepção do capitalismo triunfante, está a confirmar aquela que é uma tese central do PCP sobre a situação internacional – a de que grandes perigos para a paz e a liberdade dos povos coexistem com grandes possibilidades de transformações progressistas e revolucionárias.

O capitalismo, sendo ainda poderoso, atravessa uma crise profunda, ao mesmo tempo que prossegue a «resistência e a luta libertadora dos trabalhadores e dos povos». Albano Nunes chamou a atenção para o facto de, com esta luta, os povos estarem a conseguir «importantes sucessos», como acontece hoje na América Latina.

Chamando a atenção para a validade desta tese no caso português, o membro do Secretariado manifestou a sua confiança na possibilidade de derrotar as forças da política de direita e empreender uma alternativa patriótica e de esquerda, objectivo que se insere na luta pela realização da Democracia Avançada, etapa actual da luta pela realização dos ideais de Outubro. Para Albano Nunes, a luta popular de massas é o «motor da revolução», pelo que o seu desenvolvimento a um nível superior, aliado ao reforço do Partido, são as duas condições fundamentais para a viragem que se impõe na vida nacional. 




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