Compromisso de luta
A organização concelhia de Coimbra do PCP realizou, no final de Outubro, a sua 10.ª assembleia, sob o lema «Por Abril, Organizar e Lutar». Nas diversas intervenções e nos documentos aprovados, reafirmou-se o compromisso de lutar pela defesa e valorização das funções sociais do Estado, do serviço público municipal, do poder local democrático, do desenvolvimento do concelho e, evidentemente, dos direitos de quem trabalha. Ou seja, pugnar por uma ruptura com décadas de política de direita no País e na autarquia.
Pela assembleia passou, também, o ataque dos sucessivos governos à escola pública, com encerramentos e desvalorização das escolas e dos que nelas trabalham, contrastando com o apoio e financiamento dos colégios privados. Nela se denunciou igualmente a política de privatização da saúde, que tem conduzido à descaracterização dos hospitais em Coimbra, com a fusão no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e a falta de meios materiais e humanos nos cuidados de saúde primários a marcarem a realidade quotidiana dos profissionais e utentes do concelho.
Os comunistas não deixaram de reafirmar as exigências de reposição dos carris no ramal da Lousã, da electrificação da linha e da extinção da empresa Metro do Mondego e, ainda, do financiamento público dos Serviços Municipalizados de Transportes de Coimbra, como acontece, aliás, nos sistemas de transportes do Porto e de Lisboa.
No que respeita à análise da política da maioria PS na autarquia, concluiu-se que se tem caracterizado por uma prática centralista, em nada consentânea com os valores democráticos do poder local, e que tem contribuído para a paralisação de diversos serviços, atrasando processos e tomadas de decisão. Particularmente preocupantes são as questões relativas aos protocolos com as juntas de freguesia, que atrasam e comprometem também as obras nas freguesias.
No que diz respeito ao reforço do Partido, a assembleia estabeleceu como prioridades a acção de contacto com os membros do Partido, a organização e intervenção em grandes empresas e serviços, o recrutamento, a melhoria da organização a nível de freguesia, bairro ou área residencial, o aprofundamento da ligação aos eleitos e o reforço da capacidade financeira do Partido, dando especial atenção à campanha de fundos para aquisição da Quinta do Cabo.