Protestos alastram no Brasil

Milhares de pessoas voltaram a protestar, ao final da tarde de segunda-feira, em grande cidades brasileiras contra o agravamento das tarifas dos transportes públicos urbanos. Informações publicadas no portal do Partido Comunista do Brasil dão conta de grandes acções de massas no Rio de Janeiro, Brasília, Natal, Belém, Campinas, Florianópolis, São Paulo ou Belo Horizonte. Nesta última, voltaram a registar-se confrontos entre manifestantes e polícia militar, que usou gases lacrimogéneo e pimenta e balas de borracha para impedir que a multidão se aproximasse do estádio de futebol da cidade, onde se jogava uma partida da Taça das Confederações.
Nas demais cidades as concentrações decorreram de forma pacífica, ao contrário do que sucedeu, no final da semana passada, com destaque para a violenta repressão das manifestações em São Paulo, onde o Movimento Passe Livre se implantou e de onde alastrou a todo o país promovendo a exigência da suspensão dos aumentos e a melhoria dos serviços prestados nas áreas urbanas e suburbanas, onde as carreiras rodoviárias, o metropolitano e as linhas de caminho-de-ferro são considerados insuficientes e as condições oferecidas aos utentes muito aquém do possível num país em franco crescimento económico.

Os avultados gastos públicos com a organização de grandes eventos desportivos nos próximos anos – Taça das Confederações, Campeonato do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos – estão também a provocar a revolta (que em alguns casos degenerou em batalhas campais), mesclada com a indignação face à elitização do acesso aos estádios de futebol, alguns dos quais, por imposição da FIFA, serão também designados com outros nomes, o que é considerado um insulto a grandes vultos do mais popular desporto do país.

Domingo, junto ao Estádio do Maracanã, manifestantes voltaram a ser reprimidos pela polícia, que repetiu a conduta anterior em São Paulo e não poupou contestatários nem profissionais da comunicação social.

Nas manifestações, expressa-se ainda com crescente vigor a frustração para com os insuficientes investimentos públicos na habitação social, saúde e educação – num país onde as desigualdades sociais são brutais –, a privatização dos recursos naturais (gás e petróleo), de portos, aeroportos e autoestradas, bem como os benefícios fiscais a empresas, a precarização das relações laborais e o afrouxamento da defesa dos direitos das comunidades originárias e dos camponeses sem-terra.




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