FAO distingue Venezuela

O presidente Nicolás Maduro, recebeu, domingo, em Roma, a distinção que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) entregou à Venezuela pelo cumprimento antecipado de uma das chamadas Metas do Milénio. Segundo a organização, a República Bolivariana foi um dos 18 países que conseguiu diminuir para metade, ou menos, o total de subnutridos.
Cuba, Nicarágua, Perú, Guiana e São Vicente e Granadinas fazem também parte do lote de países latino-americanos que o lograram. Os três primeiros, juntamente com a Venezuela, alcançaram ainda um outro índice – a redução, nos mesmos parâmetros, do número de pobres.
No sábado, 15, o representante da FAO na Venezuela, Marcelo Resende, salientou que «os progressos notáveis e excepcionais na luta contra a fome» realizados pelo governo bolivariano sustentam-se no cumprimento de «todos os aspectos capazes de garantir a segurança alimentar», entre os quais, destacou, «um bom enquadramento legal» e «uma rede pública de distribuição jamais vista», ao que acresce o facto «de este país ter uma perspectiva articulada na região».
No início da década de 90, havia na Venezuela quatro milhões de famintos, 15,5 por cento da população. Actualmente, a percentagem cifra-se em torno dos 2,5 por cento, indicam dados oficiais.
A Constituição venezuelana dedica um dos seus artigos ao direito à alimentação, e no executivo de Caracas existe um Ministério específico que trata da matéria. O país possuiu ainda uma lei relativa à segurança e soberania alimentares, instrumentos normativos materializados em políticas concretas de combate à desnutrição e à desigualdade social, tais como os 23 mil pontos de venda de géneros, propriedade do Estado, integrados nas redes Mercal, Pdval e Supermercados Bicentenários, bem como as missões Alimentação e Agro alimentar. A primeira atende cerca de 17,5 milhões de pessoas e cobre mais de 60 por cento da população, facultando alimentos subsidiados até 80 por cento.

Eleições sem mácula

Paralelamente, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela revelou, terça-feira, 11, que a auditoria realizada aos resultados do último sufrágio presidencial concluiu a inexistência de irregularidades. De acordo com a responsável Tibisay Lucena, a análise efectuada a 99,98 por cento dos boletins de voto não constatou qualquer discrepância relativamente ao primeiro apuramento, facto que demonstra que «a Venezuela conta com um sistema eleitoral blindado contra a fraude e o erro».
O candidato da direita derrotado a 14 de Abril, Henrique Capriles, reagiu ao anúncio do escrutínio do CNE – o qual solicitou, mas que, posteriormente, considerou viciado ordenando a ausência dos membros da sua estrutura política – insistindo na tese da consulta popular manipulada e, inclusivamente, ameaçando levar o caso a instâncias internacionais, esgotado o recurso pendente no Supremo Tribunal, disse, segundo a AFP.
Recorde-se que os protestos convocados pela oposição venezuelana após as eleições provocaram cerca de uma dezena de mortos e inúmeros danos materiais em estruturas públicas e partidárias.
Já em Genebra, no final da semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, Elías Jaua, encontrou-se com a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos e acusou a reacção de levar por diante uma campanha internacional de desprestígio das instituições venezuelanas.



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