PCP alerta para efeitos desastrosos desta política

Não há «rectificativo» que a salve

Numa pri­meira aná­lise ao or­ça­mento rec­ti­fi­ca­tivo en­tregue na AR pelo Go­verno sexta-feira pas­sada, o PCP con­si­dera que se trata de «mais do mesmo» e que as novas me­didas só trarão mais re­cessão, de­sem­prego e po­breza.

Com esta po­lí­tica nem in­ves­ti­mento nem cri­ação de em­prego

«A re­cessão, se­gundo o pró­prio cri­tério do Go­verno, agrava-se para o dobro do que es­tava pre­visto no or­ça­mento ini­cial, o de­sem­prego au­menta, o in­ves­ti­mento tem uma quebra de quase do dobro também da­quilo que era a quebra pre­vista no or­ça­mento ini­cial para 2013», afirmou numa ava­li­ação su­mária ao do­cu­mento o líder par­la­mentar do PCP.

No mo­mento em que é obri­gado a repor os sub­sí­dios aos tra­ba­lha­dores da ad­mi­nis­tração pú­blica e aos re­for­mados e apo­sen­tados, o Go­verno pre­para-se para «ir buscar esse di­nheiro au­men­tando o ho­rário de tra­balho dos tra­ba­lha­dores sem lhes pagar o que é de­vido, pro­mo­vendo con­di­ções para o des­pe­di­mento de tra­ba­lha­dores da ad­mi­nis­tração pú­blica e para a re­dução do seu sa­lário com a mo­bi­li­dade es­pe­cial», ad­vertiu o pre­si­dente do Grupo Par­la­mentar do PCP em de­cla­ra­ções aos jor­na­listas no Par­la­mento.

Ar­re­piar ca­minho

Da ne­ces­si­dade de in­ter­romper o curso das ori­en­ta­ções im­postas ao País falou ainda o res­pon­sável pela ban­cada co­mu­nista, in­sis­tindo na ideia de que por este andar «só te­remos mais re­cessão, mais de­sem­prego, mais po­breza». Por isso «este ca­minho tem de ser ra­pi­da­mente in­ter­rom­pido, porque não há rec­ti­fi­cação a esta po­lí­tica que possa re­solver os pro­blemas do País», sus­tentou.

Ber­nar­dino So­ares chamou ainda a atenção para a cir­cuns­tância de o Go­verno se «des­mentir a si pró­prio». Isto porque se ainda há apenas uma se­mana afir­mava que era a hora do «in­ves­ti­mento e do cres­ci­mento» agora, olhando para o or­ça­mento rec­ti­fi­ca­tivo, cons­tata-se o con­trário.

«Mesmo já pre­vendo as me­didas de in­cen­tivo fiscal como foram anun­ci­adas, a re­cessão agrava-se, o in­ves­ti­mento di­minui. O Go­verno des­mente a sua pró­pria pro­pa­ganda de que com esta po­lí­tica vai haver mais in­ves­ti­mento, mais cri­ação de em­prego. É o con­trário», su­bli­nhou.

O Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes», por seu lado, pela voz do de­pu­tado José Luís Fer­reira, clas­si­ficou o or­ça­mento rec­ti­fi­ca­tivo como «mais um epi­sódio do drama so­cial» em que os por­tu­gueses vivem, la­men­tando que o Go­verno se re­cuse a aprender com os erros e as­se­ve­rando que «por este ca­minho não vamos lá».

Já para o se­cre­tário-geral da CGTP-IN, Ar­ménio Carlos, aquele do­cu­mento «não é cre­dível» na me­dida em que «não tem em con­si­de­ração a de­te­ri­o­ração da si­tu­ação do país e da zona euro», no­me­a­da­mente o de­sem­prego. «Com este quadro que o or­ça­mento rec­ti­fi­ca­tivo apre­senta vai ser ne­ces­sário outro ainda este ano», con­si­derou o líder sin­dical em de­cla­ra­ções à Lusa.



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