Níveis recorde de desemprego

Flagelo alastra

A taxa de de­sem­prego no nosso País al­cançou um novo má­ximo – 17,8 por cento, em Abril –, com o de­sem­prego jovem a subir também para um nível his­tó­rico de 42,5 por cento, se­gundo dados do Eu­rostat di­vul­gados sexta-feira pas­sada (31).

Para o de­pu­tado co­mu­nista Jorge Ma­chado estes dados «são re­ve­la­doras da si­tu­ação dra­má­tica» em que nos en­con­tramos e de como o ca­minho que está a ser se­guido pelo Go­verno é o do «de­sastre e do afun­da­mento do nosso País».

Como se este quadro não fosse su­fi­ci­en­te­mente mau o Go­verno pre­para-se para agravar ainda mais o de­sem­prego pondo na rua «mais de 30 mil tra­ba­lha­dores da ad­mi­nis­tração pú­blica», com isso «com­pro­me­tendo ser­viços fun­da­men­tais para os por­tu­gueses», ad­vertiu o par­la­mentar do PCP em de­cla­ra­ções no Par­la­mento.

«Esta é uma es­tra­tégia sui­ci­dária, é algo que não tem qual­quer jus­ti­fi­cação do ponto de vista eco­nó­mico e so­cial e por isso tem de ser tra­vada o mais ra­pi­da­mente pos­sível», de­fendeu Jorge Ma­chado, jus­ti­fi­cando assim a ne­ces­si­dade de de­missão do Go­verno e con­vo­cação de elei­ções para abrir ca­minho a uma mu­dança no País.

Em sua opi­nião a per­sis­tência do Go­verno neste rumo é en­tre­tanto de­vida ao facto de ser esta a via que lhe per­mite baixar os sa­lá­rios e agravar a ex­plo­ração de quem tra­balha. «Este ca­minho de agravar a ex­plo­ração tem o ob­jec­tivo claro de con­cen­trar a ri­queza em meia dúzia de grupos eco­nó­micos», de­nun­ciou Jorge Ma­chado, en­ten­dendo que pe­rante este ca­minho de «agra­va­mento da si­tu­ação so­cial, da po­breza e da mi­séria» não há outra al­ter­na­tiva que não seja a de de­volver a pa­lavra ao povo para o País mudar de rumo.

Os dados do Eu­rostat agora di­vul­gados mos­tram que, re­la­ti­va­mente ao mês an­te­rior, a taxa de de­sem­prego em Abril subiu uma dé­cima (em Março atin­gira os 17,7%), en­quanto entre os jo­vens (até aos 25 anos) subiu de Março para Abril mais de um ponto per­cen­tual, de 41,2 para 42,5%.

Qual­quer um dos va­lores fica muito acima da média eu­ro­peia, uma vez que em Abril a taxa de de­sem­prego foi de 12,2% na zona euro (mais uma dé­cima que em Março, 12,1%) e man­teve-se nos 11,% no con­junto da União Eu­ro­peia, en­quanto o de­sem­prego jovem re­gistou uma su­bida de uma dé­cima tanto na zona euro (ficou nos 24% em Abril) como na UE a 27 (situa-se agora nos 23,5%).

Con­ti­nu­amos a ter assim a ter­ceira taxa de de­sem­prego mais ele­vada entre os Es­tados-membro da UE, só su­pe­rados pela Grécia (com 27%, dados de Fe­ve­reiro) e por Es­panha (26,8%), o mesmo em re­lação ao de­sem­prego jovem, em que temos apenas à frente a Grécia (62,5%, em Fe­ve­reiro) e a Es­panha (56,4%).



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