Sobre a situação na Península da Coreia

Defender a paz e a não ingerência

«Na perigosa situação que se vive na Península da Coreia, somente um processo político de diálogo entre iguais, livre de ingerências e pressões alheias aos interesses do povo coreano, poderá abrir caminho à reunificação pacífica do país e à construção de uma Coreia unificada, livre de bases e forças militares estrangeiras». Esta é uma passagem do voto sobre a situação naquela península apresentado pelo PCP e que foi chumbado sexta-feira passada com os votos contra do PSD, do CDS-PP e do PS (PEV e BE votaram favoravelmente).

Já um outro voto sobre o mesmo tema, da autoria dos partidos da maioria governamental, foi aprovado com os votos favoráveis de todas as bancadas à excepção do PCP, que votou contra.

Fazendo coro com a campanha de desinformação que diaboliza a Coreia do Norte, imputando-lhe a responsabilidade pela situação presente, este texto conjunto do PSD e do CDS-PP refere-se «ao teor das ameaças feitas por Pyongyang, caracterizadas pela imprevisibilidade da ameaça do uso de material militar nuclear, apontando como alvos preferenciais os territórios da Coreia do Sul, do Japão e dos Estados Unidos da América».

No voto apresentado pela bancada do PCP, diversamente, é recordado que a península coreana está «dividida há mais de meio século como resultado de uma brutal guerra de ingerência e agressão e permanece há mais de seis décadas fortemente militarizada, com o estacionamento na Coreia do Sul de dezenas de milhares de soldados e sofisticado equipamento militar, incluindo não convencional, dos EUA».

Perante as «ameaças e a retórica belicista que têm marcado os últimos tempos, com a mobilização de poderosos meios militares para a região da Ásia-Pacífico e a realização de exercícios militares claramente hostis e provocatórios», sublinhado no documento é o receio de que isso abra «um caminho de consequências imprevisíveis para os povos da região e para a segurança internacional». Tais ameaças e aparato de forças militares não podem ainda ser «dissociados do processo de militarização do Pacífico Sul conduzido pelos EUA com a deslocação de vultosos meios militares e o reforço da sua presença nas várias bases militares na região, numa clara relocalização geostratégica visando a República Popular da China», lê-se no voto do PCP.

E por considerar que o aumento da tensão é «uma séria ameaça para a paz nesta região e no mundo», no texto, onde se lembra ainda que o tratado de não proliferação preconiza o simultâneo desmantelamento dos arsenais nucleares existentes no Mundo, apela-se à «contenção de todas as partes envolvidas no conflito da Península da Coreia para que se abstenham de levar a cabo acções de consequências imprevisíveis e para que retomem de imediato negociações baseadas no reconhecimento e respeito mútuo».



Mais artigos de: Assembleia da República

Sem outra política não há futuro

O PCP reiterou a necessidade absoluta de pôr fim à acção destruidora deste Governo, insistindo em afirmar que com esta política e o programa da troika «não há saída para o País» nem «futuro para o povo».

Retaliar contra o próprio povo

O PCP considera inadmissível em democracia um despacho paralisante para a administração pública como o exarado pelo ministro das Finanças, vendo no gesto uma concentração de poderes com algo de semelhante ao que Portugal assistiu nos anos 30 do século passado.

É preciso baixar o IVA

A maioria parlamentar PSD/CDS-PP chumbou recentemente quatro iniciativas dos partidos da oposição para reduzir para seis por cento a taxa do IVA na electricidade e no gás natural.

Jornadas Parlamentares do PCP

Viana do Castelo é a cidade que acolhe nos próximos dias 22 e 23 as Jornadas Parlamentares do PCP. Os trabalhos decorrerão no Castelo Santiago da Barra, com início às 12 horas, estando previstas as intervenções do presidente do Grupo Parlamentar comunista, Bernardino...

Suspenda-se o processo!

Encontram-se na comissão parlamentar da Saúde desde o passado dia 5, para avaliação da hipótese de um texto único, depois da sua apreciação em plenário, os projectos de resolução da maioria governamental, PCP, BE e PS relativos aos...

O direito à indemnização

A garantia do direito à indemnização por morte ou doença aos antigos trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU) consta de um projecto de lei da autoria do Grupo Parlamentar do PCP e recentemente entregue na Assembleia da República. Há vários anos que...

Opacidade

Foi recentemente publicada em Diário da República a recomendação da AR ao Governo para a realização de uma «auditoria urgente» pelo Tribunal de Contas ao acordo de cooperação entre a ARS de Lisboa e Vale do Tejo e o Hospital da Cruz Vermelha. Esta...

Urge retomar a obra

O Parlamento aprovou por unanimidade um projecto de resolução do PCP onde se recomenda ao Governo que retome e conclua as obras de construção do túnel do Marão. Diplomas do PEV, do PS e do PSD, com idêntico sentido, foram igualmente aprovados. Em causa está o...