Protocolo ARS/Hospital da Cruz Vermelha

Opacidade

Foi recentemente publicada em Diário da República a recomendação da AR ao Governo para a realização de uma «auditoria urgente» pelo Tribunal de Contas ao acordo de cooperação entre a ARS de Lisboa e Vale do Tejo e o Hospital da Cruz Vermelha.

Esta iniciativa resulta de uma resolução aprovada em 22 de Fevereiro com os votos favoráveis de todos os partidos da oposição e a abstenção da maioria PSD/CDS-PP.

No texto, da autoria do BE, é justificada a adopção desta medida em nome «da transparência e do interesse público», face a um protocolo muito questionado pelas «diversas irregularidades» identificadas pelo Tribunal de Contas durante os mais de dez anos em que vigorou (foi suspenso em 2011 e posteriormente renovado em Outubro de 2012).

Trata-se, pois, de eliminar a «nuvem de opacidade e falta de transparência» que envolve um processo com uma história muito antiga, iniciada por volta de 1998, com a assinatura de um protocolo com a Cruz Vermelha. E que nasceu, como salientou no debate da apresentação do diploma o presidente do «Grupo Parlamentar do PCP, «não baseado nas necessidades do SNS mas sim na intenção de auxiliar financeiramente o Hospital privado da Cruz Vermelha». O custo para o erário público por essa operação ruinosa, durante cinco anos, foi de 70 milhões de euros (na altura 14 milhões de contos), referiu ainda Bernardino Soares, lembrando que esse mesmo protocolo suscitou uma reacção de todos os directores do serviço de cirurgia cardíaca do SNS e que se traduziu na sua ida em conjunto à AR para contestar a ideia de incapacidade para desenvolver as cirurgias que era a base da atribuição à Cruz Vermelha do protocolo.

O líder parlamentar do PCP recordou, por outro lado, o facto de na altura ter sido muito falado que o referido protocolo foi «verdadeiramente um maná para alguns dos prestadores desses serviços no Hospital da Cruz Vermelha, porventura até com grande proximidade com o poder política de então».

Resulta assim claro, para o PCP, que não se respeitou neste processo o princípio do aproveitamento da capacidade instalada, tal como é evidente que há um conjunto reconhecido de problemas que levam a concluir que não há vantagem num protocolo que – foi ainda Bernardino Soares a lançar a acusação – «é utilizado como instrumento para angariação de clientes privados para o Hospital da Cruz Vermelha».



Mais artigos de: Assembleia da República

Sem outra política não há futuro

O PCP reiterou a necessidade absoluta de pôr fim à acção destruidora deste Governo, insistindo em afirmar que com esta política e o programa da troika «não há saída para o País» nem «futuro para o povo».

Retaliar contra o próprio povo

O PCP considera inadmissível em democracia um despacho paralisante para a administração pública como o exarado pelo ministro das Finanças, vendo no gesto uma concentração de poderes com algo de semelhante ao que Portugal assistiu nos anos 30 do século passado.

É preciso baixar o IVA

A maioria parlamentar PSD/CDS-PP chumbou recentemente quatro iniciativas dos partidos da oposição para reduzir para seis por cento a taxa do IVA na electricidade e no gás natural.

Defender a paz e a não ingerência

«Na perigosa situação que se vive na Península da Coreia, somente um processo político de diálogo entre iguais, livre de ingerências e pressões alheias aos interesses do povo coreano, poderá abrir caminho à reunificação pacífica do...

Jornadas Parlamentares do PCP

Viana do Castelo é a cidade que acolhe nos próximos dias 22 e 23 as Jornadas Parlamentares do PCP. Os trabalhos decorrerão no Castelo Santiago da Barra, com início às 12 horas, estando previstas as intervenções do presidente do Grupo Parlamentar comunista, Bernardino...

Suspenda-se o processo!

Encontram-se na comissão parlamentar da Saúde desde o passado dia 5, para avaliação da hipótese de um texto único, depois da sua apreciação em plenário, os projectos de resolução da maioria governamental, PCP, BE e PS relativos aos...

O direito à indemnização

A garantia do direito à indemnização por morte ou doença aos antigos trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio (ENU) consta de um projecto de lei da autoria do Grupo Parlamentar do PCP e recentemente entregue na Assembleia da República. Há vários anos que...

Urge retomar a obra

O Parlamento aprovou por unanimidade um projecto de resolução do PCP onde se recomenda ao Governo que retome e conclua as obras de construção do túnel do Marão. Diplomas do PEV, do PS e do PSD, com idêntico sentido, foram igualmente aprovados. Em causa está o...