Suspenda-se o processo!
Encontram-se na comissão parlamentar da Saúde desde o passado dia 5, para avaliação da hipótese de um texto único, depois da sua apreciação em plenário, os projectos de resolução da maioria governamental, PCP, BE e PS relativos aos serviços de saúde da região Oeste.
No debate então realizado o deputado comunista Bruno Dias deixou clara a vontade da sua bancada em não abdicar de propor medidas e uma política diferente para a rede de cuidados hospitalares da região Oeste e do distrito de Leiria, com o mesmo grau de empenho que dedica à luta por outra política e por uma mudança a sério para a região e o País.
Sobre a reestruturação dos cuidados hospitalares no Oeste, notou que este é um processo que já dura «há muito», sendo uma fonte de problemas e preocupações para a população. Indo à questão de fundo, assinalou que o problema reside no facto de o processo ter começado mal, estando na hora de ser interrompido.
Muito valorizado pelo deputado comunista foi entretanto o trabalho e a luta desenvolvidos no terreno pelos utentes, profissionais de saúde, populações e autarquias, uma luta que vai no sentido da afirmação de uma exigência prévia: «a suspensão deste processo». Isto para que seja possível, frisou Bruno Dias, arrepiar caminho «desencadear um novo processo, com seriedade, de uma forma democrática e participada».
Incompreensível e até insultuoso, para o PCP, é por isso que a maioria e o próprio PS «teçam loas ao memorando da troika para justificar a política de degradação do SNS». É isso que consta nos considerandos dos seus projectos, razão pela qual Bruno Dias disse não poder a bancada comunista acompanhá-los, embora esteja disponível em sede de comissão para que as matérias da parte deliberativa dos vários textos possam ser agregados num documento comum.
Entre as questões colocadas com premência pelo PCP está a manutenção do Hospital Termal das Caldas da Rainha no quadro do SNS e a manutenção dos serviços de urgência básica no Hospital de Peniche.
Ouvidos moucos
A Plataforma de Comissões de Utentes da Saúde da Região Oeste acusou sexta-feira passada o ministro da Saúde de desrespeito pelos autarcas e exigiu ser ouvida em audiência urgente antes da aprovação, pela ARS, da proposta de reorganização hospitalar.
«Antes que sejam tomadas em definitivo decisões que são altamente lesivas das populações do Oeste, vamos solicitar uma audiência com carácter de urgência ao ministro da Saúde», anunciou aquela estrutura, que denuncia a falta de acesso à proposta final de reorganização hospitalar.
A plataforma, que integra as comissões de utentes de saúde das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, faz parte de um grupo externo de acompanhamento da reorganização dos cuidados hospitalares do Oeste, em estudo desde a criação do Centro Hospitalar do Oeste, publicada em Setembro de 2012.