O Parlamento aprovou por unanimidade um projecto de resolução do PCP onde se recomenda ao Governo que retome e conclua as obras de construção do túnel do Marão. Diplomas do PEV, do PS e do PSD, com idêntico sentido, foram igualmente aprovados.

Em causa está o retomar desse projecto há muito desejado pelas populações que é o de uma ligação rodoviária «moderna, eficaz e segura» entre Porto e Bragança.

O túnel do Marão é assim uma obra fundamental para Trás-os-Montes, assumindo uma importância estratégica para o desenvolvimento da região.

Por isso o PCP avalia tão negativamente a paragem das obras do túnel, a ponto de Jorge Machado a considerar «um crime económico e um crime social».

Um crime, justificou no debate realizado no passado dia 14, porque representou o despedimento de 1400 trabalhadores, a par da falência de mais de 200 empresas, além do golpe brutal que desferiu no comércio e serviços da região. Um crime económico e social, acrescentou o deputado do PCP, porque «significa mais custos inerentes à manutenção e mais custos para o erário público decorrentes da paragem da obra».

O apuramento de responsabilidades sobre esta matéria, passados que são dois anos sobre a decisão de interromper a obra, não pode também ser mais adiado, defende Jorge Machado. E se é verdade que há períodos de paragem que são devidos a providências cautelares, não é menos verdade que a obra está neste momento parada por responsabilidade directa quer do Governo actual quer do seu antecessor.

Daí que a posição agora assumida pelo PSD tenha suscitado muitas reservas e levado Jorge Machado a afirmar que se trata de pura hipocrisia, uma vez que o Governo dispõe de instrumentos para resolver o problema, de uma vez por todas, e nada faz.

No seu diploma o PCP advoga que sejam apuradas as responsabilidades de todos os intervenientes neste processo, com averiguação dos prejuízos para o erário público decorrentes do interromper da obra.