«A CDU apresentar-se-á nas eleições autárquicas com um projecto próprio, afirmando a coerência e o trabalho sem paralelo nas instituições e fora delas, em defesa dos trabalhadores e da população de Vila Nova de Gaia», lê-se numa nota de imprensa, divulgada após a realização de uma reunião da Comissão Concelhia do PCP, realizada no passado dia 31 de Janeiro. A reunião foi o ponto de partida de «um amplo e alargado processo de discussão e intervenção» em torno das eleições autárquicas, previstas para Outubro.

Nas suas linhas gerais, os comunistas prometem defender os serviços públicos, as freguesias, a educação pública e de qualidade para todos, a cultura e uma rede pública e municipal de apoio aos mais idosos.

Um projecto que «tenha a vertente social como prioridade efectiva e não como instrumento de propaganda», de «uma política de taxas mais compatível com as possibilidades da população», que «rompa com as opções de subordinação às grandes cadeias de distribuição e que apoie e promova o comércio tradicional e de proximidade», que «promova a mobilidade efectiva, com uma rede de transportes públicos eficaz e que chegue a todo o concelho» e de «defesa do aparelho produtivo», salientam os comunistas, que querem pôr Vila Nova de Gaia «no mapa pelos melhores, e não pelos piores motivos».

Reforço da CDU

A Comissão Concelhia do PCP está ainda empenhada, dada a situação social e política, nas tarefas centradas na luta contra a política do Governo e na necessidade de a derrotar. «Luta que não esquece que no Governo e na autarquia, PSD e CDS exercem políticas comuns e semelhantes, com as mesmas opções e servindo os mesmos interesses», afirma o documento saído da reunião dos comunistas, que afirma «os ideais de Abril como projecto de futuro e o Poder Local democrático como flor que Abril plantou e fez florir». «Está na mão da população de Gaia mudar, sendo certo que o reforço da CDU contribuirá sempre e será inquestionavelmente condição e caminho que se faz para mudar efectivamente».

«Lei Relvas»

Sobre a «Lei Relvas» (Lei 11-A/2013), publicada em Diário da República, que extingue as freguesias, os comunistas de Vila Nova de Gaia afirmam que é «uma afronta às populações e ao Poder Local democrático» e «mais um passo no desmantelamento dos serviços públicos de proximidade».

«Ninguém ignora que as juntas de freguesia são os mais próximos interlocutores das populações para com o Estado, que as freguesias e as juntas prestam inúmeros serviços agora colocados em causa, assim como também ninguém ignora que os cuidados de saúde primários, as escolas, as estações dos CTT e outros serviços estão organizados numa lógica de freguesia. Este é o alvo desta Lei – pretensamente poupar no que deveria ser intocável», denuncia a Comissão Concelhia do PCP, lembrando que, em Vila Nova de Gaia, o processo «teve o compadrio de PSD, CDS e PS, que se uniram na lógica de cumprimento do memorando da troika, um pacto de agressão assinado e negociado por estes mesmos partidos» e contou com «a submissão de vários presidentes de Junta, que, fazendo contas a outros voos políticos ou pessoais, não hesitaram em trair as populações que os elegeram».