Ferrovia Lisboa-Beja

Há que servir as pessoas

Os votos contra da maioria PSD-CDS/PP e do PS inviabilizaram recentemente um projecto de resolução do PCP preconizando a requalificação da ligação ferroviária entre Lisboa e Beja, no qual estavam inscritas entre outras medidas a manutenção com ligação directa do serviço inter-cidades Lisboa-Beja-Lisboa, a par da concretização da infra-estrutura ferroviária de ligação Sines-Badajoz, com passagem por Beja.

Esta votação negativa dos dois partidos que suportam o Governo, que na campanha eleitoral assumiram uma posição diversa, dizendo então comungar das mesmas preocupações do PCP, é mais um exemplo da sua incoerência e do seu desprezo pelas populações.

É que esta questão, com efeito, toca fundo na vida das pessoas da região, como bem revela o facto de a petição sobre o mesmo tema, apreciada no Parlamento no passado dia 2 em simultâneo com o diploma comunista, ter reunido mais de 18 600 assinaturas.

Esta não foi, pois, «uma petição qualquer», como salientou então no debate o deputado do PCP João Ramos, eleito por aquele círculo, já que o número de peticionários corresponde a 52 por cento da população do concelho de Beja e a 77 por cento da população da cidade.

E o sentimento que partilham, reflectido na petição e no diploma do PCP, é o que o encurtamento em cinco minutos do período de deslocação entre Beja e Lisboa não compensa «o incómodo do transbordo, a impossibilidade de compra de um bilhete único, a desadequação de horários» relativamente às suas necessidades.

O que é contestado, por conseguinte, como tratou de esclarecer João Ramos, não é a modernização da linha – o PCP até defende a sua extensão a toda a linha do Alentejo – mas sim «a desqualificação da ligação a Beja», promovida pelo anterior governo do PS.

E porque a população do distrito «tem direito ao acesso a transportes públicos de qualidade», o PCP defende que se olhe para a «via-férrea como um elemento estruturante para a região», mais ainda quando nela existem infra-estruturas âncora como o aeroporto e o empreendimento de fins múltiplos do Alqueva.



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