Introdução de portagens nas SCUT

Penalizar utentes e regiões

O Governo prepara-se para mais um assalto ao bolso dos utentes através da introdução de portagens na A23, A24 e A25. Essa é a leitura que resulta do chumbo, pelos partidos da maioria governamental e do PS, do projecto de resolução do PCP que recomendava a não aplicação da medida.

Uma medida que é «injustificada a todos os títulos», como sublinhou no debate o deputado comunista Paulo Sá, que destacou, nomeadamente, os seus impactes negativos quer para as populações quer para o tecido económico das regiões atingidas.

«Levará ao encerramento ou falência de muitas micro e pequenas empresas, com consequente aumento do desemprego. Irá agravar as dificuldades económicas dos utentes, já duramente afectados pelo aumento do custo de vida e por baixos níveis de rendimento», advertiu o parlamentar comunista eleito pelo Algarve, não deixando de registar, por outro lado, a inexistência de uma alternativa credível em qualquer uma das concessões SCUT.

Não despiciente é também o facto de algumas delas terem sido parcialmente construídas com verbas do Orçamento do Estado e fundos comunitários, sem recurso ao regime SCUT, como lembrou Paulo Sá, que verberou ainda o comportamento dúplice do PS, PSD e CDS, com os dirigentes nacionais a conluiar-se para introduzir portagens e os dirigentes regionais e autarcas a fingir opor-se às mesmas.

«Patéticos números de contorcionismo político», assim lhes chamou o deputado do PCP, bem ilustrados pelo CDS/Algarve que antes das eleições assumiu no seu compromisso eleitoral «...a nossa luta contra as portagens na Via do Infante», declaração que pede meças à do deputado laranja Mendes Bota que chegou a afirmar em Setembro de 2010 que essa introdução «é inaceitável (…) sob todos os aspectos: político, económico e moral. Com isenções, descontos e excepções ou sem elas».



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