CDU apresenta as propostas alternativas à política de desastre nacional

«A crise e a política económica necessária»

No âm­bito das elei­ções de 5 de Junho a CDU pro­moveu, quinta-feira, em Lisboa, uma au­dição sobre «A crise e a po­lí­tica eco­nó­mica ne­ces­sária», onde se de­bateu o ac­tual rumo re­ces­sivo da eco­nomia por­tu­guesa.

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Na ini­ci­a­tiva, em que es­ti­veram largas de­zenas de pes­soas, muitas delas eco­no­mistas, Je­ró­nimo de Sousa, a abrir os tra­ba­lhos, sa­li­entou que o pro­grama de aus­te­ri­dade, re­tro­cesso so­cial, re­cessão, de­sem­prego e mi­séria, subs­crito entre as duas troikas – a da im­po­sição ex­terna do FMI e seus par­ceiros e a da sub­missão na­ci­onal do PS, PSD e CDS «cons­titui um acto sem pre­ce­dentes na es­ca­lada de ex­plo­ração, de venda do País e de saque dos re­cursos na­ci­o­nais».

«O que ele contém é uma de­cla­ração de guerra aos tra­ba­lha­dores, aos seus di­reitos e ren­di­mentos. Um brutal ataque aos por­tu­gueses em todas as di­men­sões da sua vida», afirmou o também ca­beça de lista pelo dis­trito de Lisboa, sa­li­en­tando que o «pacto» apenas serve os ban­queiros e os grandes grupos eco­nó­micos, uma vez que dos 78 mil mi­lhões de euros do «em­prés­timo», 12 mil mi­lhões de euros nem se­quer vão en­trar no País, «indo di­rec­ta­mente para os bolsos da­queles que es­pe­culam com a dí­vida na­ci­onal» e «mais de 35 mil mi­lhões estão apre­sen­tados como ga­rantia do Es­tado para os bancos».

Sérgio Ri­beiro, eco­no­mista e do Co­mité Cen­tral do PCP, co­meçou a sua in­ter­venção re­cor­rendo a dois de­poi­mentos, um de Hélder Ma­cedo, do livro «Nós, uma lei­tura de Ce­sário Verde», em que in­voca os dis­cursos his­tó­ricos de Oli­veira Mar­tins, e outro de Álvaro Cu­nhal, de «O Par­tido com pa­redes de vidro», onde leu: «A fase im­pe­ri­a­lista no de­sen­vol­vi­mento ca­pi­ta­lista de­ter­mina um cres­cente aban­dono dos in­te­resses na­ci­o­nais, cada vez mais es­trei­ta­mente li­gada aos in­te­resses do im­pe­ri­a­lismo es­tran­geiro». «Tudo isto pode ter um travão, para que haja uma mu­dança de po­lí­tica», afirmou o eco­no­mista.

Por seu lado, Oc­távio Tei­xeira, também eco­no­mista, ma­ni­festou as suas «mai­ores dú­vidas» de que as me­didas da troika para Por­tugal são «menos do­lo­rosas» do que as da Grécia. «Do ponto de vista so­cial, até 2013, a si­tu­ação será des­gra­çada, quer em termos do nível de vida da po­pu­lação, quer de de­sem­prego», su­bli­nhou, pre­vendo que «daqui a dois anos» será ne­ces­sário «novos pa­cotes de aus­te­ri­dade».

José Lou­renço, da Co­missão de As­suntos Eco­nó­micos do PCP, abordou, entre ou­tras, a questão dos off-shores, de­nun­ci­ando que existem «muitos mi­lhões de euros que não são ta­xados», e Agos­tinho Lopes, de­pu­tado e can­di­dato pelo cír­culo elei­toral de Braga, en­cer­rando o de­bate, frisou, des­mon­tando «este denso ne­vo­eiro me­diá­tico» que «há uma po­lí­tica al­ter­na­tiva ao pro­grama ne­o­li­beral da troika».

Esta ini­ci­a­tiva contou ainda com as in­ter­ven­ções de Eu­génio Rosa, Sandro Men­donça, Fer­nando Matos, Val­demar Ma­du­reira, Nuno Car­doso da Silva, José Maria Castro Caldas, Ale­xandre Vas­con­celos, Ci­priano Ri­cardo e Je­ró­nimo Tei­xeira.

 

Pro­postas de fu­turo
Novo rumo para Por­tugal

 

O PCP e a CDU re­jeitam a tese da ine­vi­ta­bi­li­dade e as­sumem que existe um outro rumo, uma outra po­lí­tica, um outro par­tido a tomar. Neste sen­tido, as­su­mindo que o grave pro­blema es­tru­tural de ele­vado en­di­vi­da­mento ex­terno só será efec­ti­va­mente com­ba­tido pondo Por­tugal a pro­duzir, pro­põem:

 

  • O re­forço do in­ves­ti­mento pú­blico, vol­tado para a in­dús­tria, a agri­cul­tura, a pesca e as in­fra­es­tru­turas ne­ces­sá­rias à pro­dução, à rede de trans­portes e lo­gís­tica;
  • O apro­vei­ta­mento in­te­grado de todos os re­cursos na­ci­o­nais, com­ba­tendo o de­sem­prego, o tra­balho pre­cário, a des­va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios, a des­re­gu­lação dos ho­rá­rios de tra­balho; fo­men­tando os re­cursos na­tu­rais do sub­solo e ener­gé­ticos, agrí­colas e flo­res­tais, os re­cursos do mar; e toda a ca­pa­ci­dade pro­du­tiva ainda ins­ta­lada no nosso País;
  • A de­fesa e re­cons­ti­tuição de um forte Sector Em­pre­sa­rial do Es­tado, re­cu­pe­rando para o sector pú­blico sec­tores bá­sicos e es­tra­té­gicos para a nossa eco­nomia e afir­mando o pla­ne­a­mento eco­nó­mico, tal como se en­contra pre­visto na Cons­ti­tuição da Re­pú­blica, como ins­tru­mento para a di­na­mi­zação do de­sen­vol­vi­mento e a re­es­tru­tu­ração do te­cido pro­du­tivo;
  • Uma forte e efec­tiva aposta nas micro, pe­quenas e mé­dias em­presas e a di­na­mi­zação do mer­cado in­terno, na subs­ti­tuição das im­por­ta­ções e na pro­moção das ex­por­ta­ções e di­ver­si­fi­cação das re­la­ções eco­nó­micas do País.
  • A re­ne­go­ci­ação ime­diata da dí­vida pú­blica por­tu­guesa, com a re­a­va­li­ação dos prazos, das taxas e dos mon­tantes a amor­tizar, ali­vi­ando o es­forço do ser­viço da dí­vida e ca­na­li­zando re­cursos para a pro­moção do in­ves­ti­mento pro­du­tivo, a cri­ação de em­prego e ou­tras ne­ces­si­dades do País e, entre ou­tras me­didas, con­di­ci­o­nando desde já o pa­ga­mento de parte dos com­pro­missos de curto prazo da dí­vida pú­blica e trans­for­mando cré­ditos ex­ternos de en­ti­dades pú­blicas, par­ti­ci­padas e de ou­tros grandes grupos eco­nó­micos na­ci­o­nais, em obri­ga­ções e tí­tulos da dí­vida pú­blica por­tu­guesa;
  • Au­mentar os sa­lá­rios, as pen­sões e as re­formas, in­cluindo um au­mento do SMN para 600 euros em 2013 e o au­mento real das pen­sões não in­fe­rior a 25 euros nas mais baixas;
  • Pro­mover uma re­forma fiscal que alivie a tri­bu­tação di­recta e in­di­recta sobre os tra­ba­lha­dores, pen­si­o­nistas e micro e pe­quenas em­presas e, em si­mul­tâneo, as­suma a tri­bu­tação justa dos grandes lu­cros, a eli­mi­nação de be­ne­fí­cios fis­cais, a tri­bu­tação acres­cida das em­presas e grupos eco­nó­micos com lu­cros su­pe­ri­ores a 50 mi­lhões de euros, a tri­bu­tação efec­tiva da banca, das grandes for­tunas, os bens de luxo, o pa­tri­mónio mo­bi­liário, as mais-va­lias das SGPS e dos fundos de in­ves­ti­mento, as tran­sac­ções bol­sistas e cam­biais, no­me­a­da­mente para os pa­raísos fis­cais e a trans­for­mação do uso dos solos de rural para ur­bano;
  • Cons­truir uma po­lí­tica so­cial que com­bata a po­breza e a ex­clusão, alar­gando as pres­ta­ções so­ciais e o seu valor, pro­mo­vendo a efec­tiva in­te­gração e com­ba­tendo a per­pe­tu­ação das si­tu­a­ções de ca­rência e mi­séria, as­su­mindo uma eficaz fis­ca­li­zação da sua apli­cação e acesso.


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