A luta organizada eleva a consciência
«Não há melhor forma de assinalar os 90 anos do nosso Partido do que animar, intervir, mobilizar para a luta pela ruptura e mudança», afirmou, segunda-feira, Paulo Raimundo, num almoço realizado no refeitório da sede central do Partido.
É da luta organizada que o capital tem medo
Uma vez mais, largas dezenas de dirigentes, funcionários e colaboradores da estrutura central do Partido encheram por completo o refeitório do Centro de Trabalho da Rua Soeiro Pereira Gomes, em Lisboa, para assinalar o aniversário do Partido. Mas este ano foi especial, por ser uma data tão redonda e ao mesmo tempo tão expressiva.
Ainda muitos terminavam a sua saborosa feijoada quando Paulo Raimundo, da Comissão Política do Comité Central, começou a sua intervenção referindo que «continuar e intensificar a nossa acção e prática de 90 anos» é uma excelente forma de comemorar este aniversário. Mais adiante, o dirigente do Partido chamou a atenção para o momento que se vive, «muito exigente, onde no plano internacional e nacional coabitam grandes perigos com grandes potencialidades».
Nesta situação, acrescentou, a «grande palavra de ordem, o grande apelo do Partido aos trabalhadores, às populações, à juventude e a todos os sectores atingidos pela política de direita «é o apelo para que não baixem os braços, para terem confiança nas suas capacidades, para terem confiança que com a sua luta organizada e com a sua determinação podemos de facto mudar isto». É a luta organizada que «eleva a consciência social e de classe de quem nela participa, que transforma a indignação e o protesto em luta por objectivos», afirmou, destacando ser desta luta que o «capital tem medo» e à qual está «apostado em dar combate».
Mas é também nesta luta que os comunistas estão empenhados, garantiu o membro da Comissão Política, afirmando que esta terá «necessariamente que se intensificar e se elevar para os níveis que a actual ofensiva e situação exigem». A manifestação nacional de sábado, promovida pela CGTP-IN, será um «grande momento» dessa luta. Como salientou Paulo Raimundo, «com o nosso empenhamento, realizaremos uma grande manifestação, uma grande luta que terá continuidade em diversos sectores»: no dia 24 de Março com os estudantes ou no dia 1 de Abril com a manifestação dos jovens trabalhadores. «Acima de tudo, uma luta que terá continuidade nas empresas e locais de trabalho, nas localidades, nas escolas, nas pequenas e grandes batalhas», concluiu o membro da Comissão Política.
Obrigado
A terminar a sua intervenção, Paulo Raimundo deixou uma palavra para estes 90 anos de vida e luta do PCP: «Obrigado!» Um agradecimento que dirigiu em primeiro lugar «aos trabalhadores e povo russo por, com a sua revolução socialista em 1917, terem animado a classe operária portuguesa e esta, de forma única e original na Europa, ter constituído a 6 de Março de 1921 o nosso Partido». E que estendeu, em seguida, ao «povo de luta, aos trabalhadores e aos camponeses», aos «heróis, todos os quantos construíram o prestígio nacional e internacional do nosso Partido», «a todos que ao longo de décadas enfrentaram a repressão, as perseguições, as prisões, as torturas, a própria morte».
O membro da Comissão Política agradeceu ainda ao PCP por ter forjado «as mais combativas e aguerridas mulheres comunistas», por depositar na juventude «toda a confiança» e dela exigir «toda a sua criatividade, energia e potencial de luta». Obrigado, ainda ao PCP, continuou Paulo Raimundo, «por, independentemente da tarefa ou grau de responsabilidade, exigires de cada um de nós que cumpra os seus deveres e que exerça os seus direitos enquanto militante» e pela «coerência, verdade, profunda ligação às massas», que faz com que seja diferente dos outros, pelo seu projecto, ideal e prática.
O membro da Comissão Política guardou umas palavras finais para se dirigir, em nome do PCP, aos trabalhadores, ao povo e muito particularmente às novas gerações, dizendo-lhes que «este é o vosso Partido, o Partido portador do projecto novo, um projecto pelo qual vale a pena lutar». «Façam desta a vossa luta!».