Trabalhadores temem pelo seu futuro
Mais de cem trabalhadores do Hospital de Braga participaram, no dia 1, num encontro com o deputado do PCP Agostinho Lopes. Devido à recusa da administração do hospital em ceder o auditório para o encontro, este realizou-se no átrio – tendo-se iniciado precisamente com uma informação aos presentes acerca da atitude da administração, que não é, aliás, inédita. O deputado destacou que a recusa da administração em ceder o auditório demonstra a sua «difícil relação com normas elementares da vivência democrática e, no caso concreto, com o direito de reunião», para além de ser «ofensiva da dignidade de um órgão de soberania da República Portuguesa».
Apesar das condições precárias em que se realizou, o encontro cumpriu os seus objectivos, tendo os trabalhadores dado conta das preocupações generalizadas face às posições contraditórias que ouvem quanto ao seu vínculo laboral no novo Hospital e às pressões internas para que aceitem a proposta para assinar o contrato individual. A pouco mais de dois meses da data prevista para a transição para as novas instalações, muitas coisas permanecem ainda confusas: se a Administração Regional de Saúde do Norte diz que não é obrigatória a aceitação do contrato individual, já a administração do Hospital insiste que só poderá ali continuar a trabalhar quem assinar o contrato privado.
O método de selecção dos 95 por cento de trabalhadores para o novo hospital, constante no contrato de gestão; o que espera os que não assinarem o contrato individual; onde se devem apresentar no primeiro dia do Novo Hospital foram algumas das questões a reflectir a intranquilidade existente entre os trabalhadores. Um deles referiu ainda a existência de um abaixo-assinado que recolheu largas centenas de assinaturas de funcionários do hospital, onde se reafirma que ninguém é obrigado a assinar o contrato individual de trabalho, mantendo neste caso o vínculo público.
Agostinho Lopes informou, a finalizar, que foi aprovada há algum tempo uma audiência com a ministra na Comissão de Saúde da Assembleia da República, a qual continua ainda sem data marcada.