O capital que pague a crise

À injusta opção do Governo PS e do PSD de pôr os trabalhadores e o povo a pagar a factura da crise, o PCP contrapõe uma real alternativa capaz de introduzir justiça e equidade fiscal. Trata-se, afinal, de responsabilizar aqueles que são os grandes culpados pela crise - o sistema financeiro e bancário -, adoptando medidas que não os deixem de fora do chamado plano de austeridade.

Para o PCP, com estas suas propostas, que sobem hoje a plenário em agendamento potestativo da sua bancada, é a certeza de que se está perante um contributo político com impacto no aumento das receitas do Estado à custa da tributação adicional do sector bancário e financeiro, à custa da tributação adicional dos lucros escandalosos de grandes grupos económicos e à custa do combate acrescido à evasão fiscal e aos sistemas fiscais privilegiados.

Nesse sentido, como primeira medida, o PCP propõe a criação de um novo imposto, (o Imposto sobre as Transacções e Transferências Financeiras, ITTF), que taxa em 0,1% todas as operações realizadas no mercado regulamentado e não regulamentado da EURONEXT Lisboa e que taxa em 20% as transferências financeiras para os paraísos fiscais.

Preconizada numa outra iniciativa é a tributação extraordinária dos patrimónios mais elevados, através da introdução temporária (até 31 de Dezembro de 2013), de taxas agravadas de IMT (Imposto Municipal sobre Transacções Onerosas), de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), de ISV (Imposto sobre Veículos) e de IUC (Imposto Único de Circulação), incidindo sobre prédios de valor superior a 1,2 milhões de euros, sobre veículos ligeiros de passageiros de custo, antes de impostos, superior a 100 000 euros e sobre a detenção de iates e aviões particulares.

O sector bancário e os grandes grupos económicos com lucros tributáveis superiores a 50 milhões de euros, de acordo com uma terceira proposta do PCP, deverão ser tributados em IRC com a taxa de 25%, deixando de poder deduzir qualquer tipo de benefícios fiscais até ao final de Dezembro de 2013. Defendida é igualmente a eliminação de todos os benefícios fiscais que são hoje concedidos, em sede de IRC, ao sistema bancário e financeiro e às entidades gestoras de produtos financeiros com estabelecimentos situados na Zona Franca da Madeira.

Por último, o PCP propõe a revogação dos benefícios fiscais que hoje abrangem os chamados Planos de Poupança Reforma (PPR), repondo o que foi consagrado no Orçamento do Estado para 2005.



Mais artigos de: Assembleia da República

Soluções para uma vida melhor

A criação de um novo imposto sobre as operações bolsistas e transferências financeiras para paraísos fiscais é uma das medidas que estará hoje em debate no Parlamento por iniciativa do PCP, que decidiu a sua apresentação nas Jornadas Parlamentares realizadas no início da passada semana em Setúbal.

 

Respostas sociais enfraquecidas

Outra área onde muito se fazem sentir as consequências nefastas da política de direita é a das funções sociais do Estado, fruto de uma política de desresponsabilização e desinvestimento em serviços públicos essenciais como a...

Não toquem nos medicamentos

Em resposta à recente decisão do Governo de aumentar os custos dos medicamentos para os utentes em geral e para os reformados com reformas mais baixas em particular, o PCP decidiu nas suas Jornadas apresentar de imediato uma proposta de alteração ao diploma governamental que consiste...

Autarquias ao serviço do povo

Sob o olhar atento das Jornadas esteve ainda o Poder Local Democrático, sinónimo na Região de Setúbal de progresso, desenvolvimento e bem-estar das suas populações. Um trabalho notável que tem enfrentado crescentes condicionamentos fruto das restrições...

Investimentos indispensáveis

A rápida adopção dos procedimentos necessários à concretização da Terceira Travessia do Tejo, na perspectiva de assegurar as componentes rodoviária e ferroviária (convencional e de alta velocidade), garantindo simultaneamente o transporte de mercadorias e...

Defender direitos no sector automóvel

Está já marcada para o próximo dia 29 uma audição parlamentar do PCP sobre o sector automóvel e de componentes. Aprofundar o conhecimento sobre a realidade deste sector com um grande peso na Península de Setúbal constitui um dos objectivos desta iniciativa com a...

O banquete do capital

O corte nos apoios sociais do chamado plano anti-crise, nomeadamente os dirigidas aos desempregados e aos mais desfavorecidos, foi duramente criticado pelo PCP, que vê na decisão um retrato fiel das verdadeiras opções do Governo.

 

Agravar a vida de quem menos tem

O Parlamento aprovou faz hoje oito dias na generalidade a proposta de lei do Governo que prevê medidas adicionais de consolidação orçamental previstas no PEC. Este agravar das medidas de austeridade a recair sobre os mesmos de sempre, que teve apenas os votos favoráveis do PS e PSD,...

Crime não pode ficar impune

O PCP condenou com veemência o que classifica de «criminoso massacre» perpetrado por militares israelitas contra a «Frota da Liberdade» em missão de ajuda humanitária ao povo palestino e reiterou a exigência do fim do bloqueio ilegal à Faixa de Gaza e o fim da...