Resistência e luta

Combater a exploração

Os trabalhadores enfrentam, nas empresas, as ofensivas patronais contra o valor dos salários e pelo aumento da jornada de trabalho, condições básicas para o aumento da exploração. O PCP apela à luta para inverter a situação.

Apesar dos elevados lucros, a banca prevê o congelamento salarial

Num comunicado emitido pelo Organismo de Direcção do Sector Bancário da Organização Regional de Lisboa, o PCP denuncia a «desvalorização real» dos salários dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, realçam os comunistas, aumenta a parte variável da remuneração – os prémios –, sempre dependente do cumprimento de «objectivos», a maior parte das vezes completamente inatingíveis.
Por outro lado, o cumprimento dos horários é, neste sector, «uma miragem», acusa o PCP. Há trabalho suplementar que não é registado como tal e o salário por hora destes trabalhadores é «substancialmente reduzido». Paralelamente, são pagas isenções de horário a trabalhadores que, segundo o Código de Trabalho, não têm direito a ela – assim os banqueiros contornam a lei e não pagam o trabalho suplementar prestado.
Os jovens trabalhadores, por sua vez, com a esperança de defenderem o seu posto de trabalho, sujeitam-se a horários superiores a nove horas a troco de um salário que, na maior parte dos casos, ronda os 600 ou 700 euros mensais. Mas há quem trabalho por dois euros por hora...
Perante tudo isto, acusa o PCP, o Governo, «totalmente submetido ao poder financeiro, não exerce a sua acção fiscalizadora nem tem dado as condições materiais e humanas à Autoridades para as Condições de Trabalho para que possa actuar». E dá ao patronato do sector «significativos apoios do Estado», de que é exemplo a baixa taxa de IRC cobrada. Tudo isto quando os lucros da banca não param de aumentar – só em 2009, os principais bancos tiveram de lucro diário 5 milhões de euros.
Para os comunistas, só unidos e firmes é possível os trabalhadores do sector financeiro «resistirem às arbitrariedades que acontecem todos os dias nos locais de trabalho, exigindo trabalho com direitos e melhores condições de vida».

Superfícies de exploração

Também no sector da grande distribuição os trabalhadores estão confrontados com uma forte ofensiva contra os seus direitos. Num comunicado da Organização para as Grandes Superfícies de Lisboa, o PCP lembra que os aumentos propostos para este ano pelo patronato – entre os 17 e os 35 cêntimos por dia - não passam de «esmola». Sobretudo se comparados com os lucros diários dos principais grupos económicos do sector: Jerónimo Martins, 611 mil euros; Auchan, 850 mil euros; El Corte Inglés, mais de um milhão de euros.
Segundo os comunistas, «cada vez se trabalha mais, cada vez há maior endividamento por falta de poder de compra, muitas vezes recorrendo a dois e três empregos, precários sempre; aos jovens é negado o direito de construir a sua vida independente». Para o PCP, «só a acção organizada dos trabalhadores em cada local de trabalho pode obrigar o patronato a abdicar de uma parte dos lucros que embolsa e pagar aumentos dignos». Os comunistas lembram ainda que o 1.º de Maio é feriado nacional obrigatório e que as excepções à lei têm que ser discutidas com os sindicatos.
No comunicado, salienta-se a vitória alcançada pelos trabalhadores do Pingo Doce que, organizados em torno do seu sindicato, conseguiram o pagamento dos retroactivos em dívida e puseram fim a alguns abusos verificados naquela cadeia. Só foi possível vencer graças à persistência dos trabalhadores ao longo de mais de três anos.
Os comunistas lembram ainda, no comunicado, que «nunca nada foi dado e que tudo teve, tem e terá que ser conquistado»!


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