Ferramenta para a transformação do mundo
Jerónimo de Sousa participou, sexta-feira, na apresentação do Livro Segundo de O Capital, de Karl Marx, uma iniciativa das Edições Avante!. Para além do Secretário-geral do Partido, intervieram também Sérgio Ribeiro e José Barata Moura.
Em Portugal não existe ainda uma tradução completa de O Capital
Coube ao Secretário-geral do PCP encerrar a sessão pública de apresentação deste livro, que levou, dia 27, centenas de pessoas ao Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa. Afirmando que desde o tempo em que Marx escreveu O Capital «mudou muito, sem dúvida, o mundo e o modo de produção capitalista conheceu grandes transformações», Jerónimo de Sousa destacou também que não mudou a «essência» das relações de produção capitalistas: «não mudou a sua natureza exploradora, cujos mecanismos essenciais Marx revelou na sua teoria económica, cujos princípios fundamentais permanecem válidos, nomeadamente da teoria da mais-valia».
É por isso que para os comunistas portugueses O Capital é actual: «É actual na medida em que o modo de produção capitalista no tempo de Marx, tal como hoje, assenta na apropriação privada por parte dos possuidores dos meios de produção do produto do trabalho social dos que apenas possuem a sua força de trabalho.» Em seguida, o dirigente comunista recordou que Marx «não nos legou um receituário», mas sim, «para além de um “guia para acção”, instrumentos e conceitos fundamentais para analisar e compreender a realidade que nos rodeia».
Para Jerónimo de Sousa, a actualidade e importância desta obra maior do filósofo e revolucionário alemão «não está na receita pronta para solucionar os novos fenómenos e contradições que o desenvolvimento do capitalismo vai manifestando e que nos confrontam». O que é relevante é, por outro lado, «a partir de Marx analisar a realidade dos nossos dias, procurando simultaneamente um enriquecimento criativo desses conceitos e métodos no seu confronto concreto com o que é novo e a aferição dos resultados com eles obtidos pela acção prática transformadora, pela acção revolucionária neles inspirada». Esta é, aliás, a «exigência de quem se apresenta com um projecto alternativo para intervir e promover a mudança e a ruptura com um sistema fundado na exploração do trabalho».
Ler e estudar
Lembrando o contributo inestimável de Engels, «desde logo para que O Capital chegasse até nós», Jerónimo de Sousa destacou o papel de Lénine, que adequou de «forma criativa» o pensamento de Marx «à realidade concreta do desenvolvimento do capitalismo na Rússia». E realçou que foi utilizando as «ferramentas do labor científico de Marx» que Lénine «desbravou os novos caminhos, num trabalho fecundo de análise, apreensão e teorização sobre a realidade do seu tempo e que havia de servir para conduzir, nos planos teórico e na prática, à vitoriosa Revolução de Outubro de 1917». Na opinião do Secretário-geral do PCP, a derrota da primeira experiência socialista da história «não se explica pela inadequação das proposições teóricas ou do sistema de teorias que fundamentaram a possibilidade da sua realização histórica e do seu desenvolvimento».
Actualmente, prosseguiu Jerónimo de Sousa, com a crise do capitalismo «assistimos não só a apelos de um retorno a Marx, da parte de muitos que tinham dado como adquirida a vitória do capitalismo sobre as suas próprias contradições e como irrefutáveis as teses da economia política burguesa dominante, agora presa à matriz do neoliberalismo, mas ao seu inevitável regresso». Estes apelos à «revisitação da obra de Marx, que são bem necessários, terão motivações várias mas confirmam quanto difícil é rasurar a actualidade de Marx e o seu contributo científico, não só para uma nova compreensão do mundo mas, particularmente, para a sua transformação», acrescentou o dirigente comunista.
O livro agora editado, afirmou Jerónimo de Sousa, é de «leitura particularmente difícil». Mas, concluiu, no PCP estas dificuldades ultrapassam-se «na cooperação do trabalho colectivo, no esforço de formação política e ideológica».
É por isso que para os comunistas portugueses O Capital é actual: «É actual na medida em que o modo de produção capitalista no tempo de Marx, tal como hoje, assenta na apropriação privada por parte dos possuidores dos meios de produção do produto do trabalho social dos que apenas possuem a sua força de trabalho.» Em seguida, o dirigente comunista recordou que Marx «não nos legou um receituário», mas sim, «para além de um “guia para acção”, instrumentos e conceitos fundamentais para analisar e compreender a realidade que nos rodeia».
Para Jerónimo de Sousa, a actualidade e importância desta obra maior do filósofo e revolucionário alemão «não está na receita pronta para solucionar os novos fenómenos e contradições que o desenvolvimento do capitalismo vai manifestando e que nos confrontam». O que é relevante é, por outro lado, «a partir de Marx analisar a realidade dos nossos dias, procurando simultaneamente um enriquecimento criativo desses conceitos e métodos no seu confronto concreto com o que é novo e a aferição dos resultados com eles obtidos pela acção prática transformadora, pela acção revolucionária neles inspirada». Esta é, aliás, a «exigência de quem se apresenta com um projecto alternativo para intervir e promover a mudança e a ruptura com um sistema fundado na exploração do trabalho».
Ler e estudar
Lembrando o contributo inestimável de Engels, «desde logo para que O Capital chegasse até nós», Jerónimo de Sousa destacou o papel de Lénine, que adequou de «forma criativa» o pensamento de Marx «à realidade concreta do desenvolvimento do capitalismo na Rússia». E realçou que foi utilizando as «ferramentas do labor científico de Marx» que Lénine «desbravou os novos caminhos, num trabalho fecundo de análise, apreensão e teorização sobre a realidade do seu tempo e que havia de servir para conduzir, nos planos teórico e na prática, à vitoriosa Revolução de Outubro de 1917». Na opinião do Secretário-geral do PCP, a derrota da primeira experiência socialista da história «não se explica pela inadequação das proposições teóricas ou do sistema de teorias que fundamentaram a possibilidade da sua realização histórica e do seu desenvolvimento».
Actualmente, prosseguiu Jerónimo de Sousa, com a crise do capitalismo «assistimos não só a apelos de um retorno a Marx, da parte de muitos que tinham dado como adquirida a vitória do capitalismo sobre as suas próprias contradições e como irrefutáveis as teses da economia política burguesa dominante, agora presa à matriz do neoliberalismo, mas ao seu inevitável regresso». Estes apelos à «revisitação da obra de Marx, que são bem necessários, terão motivações várias mas confirmam quanto difícil é rasurar a actualidade de Marx e o seu contributo científico, não só para uma nova compreensão do mundo mas, particularmente, para a sua transformação», acrescentou o dirigente comunista.
O livro agora editado, afirmou Jerónimo de Sousa, é de «leitura particularmente difícil». Mas, concluiu, no PCP estas dificuldades ultrapassam-se «na cooperação do trabalho colectivo, no esforço de formação política e ideológica».