Defender a produção nacional
Jerónimo de Sousa deslocou-se, no dia 26, à localidade da Comporta, em Alcácer do Sal, para participar num encontro com produtores de arroz da região. Dezenas de orizicultores responderam afirmativamente ao convite dos comunistas.
A iniciar a sua intervenção, o Secretário-geral do PCP considerou ser desastrosa a situação vivida nos campos portugueses. «Até alguns dos que se julgavam acima dos problemas que vinham atingindo os pequenos e médios agricultores, pela dimensão das suas propriedades, têm hoje que dar o braço a torcer e reconhecer a verdade das análises, críticas e propostas que o PCP foi fazendo ao longo dos últimos 30 anos».
A difícil situação que a lavoura vive, garantiu, é a «consequência de dezenas de anos de políticas de direita, agudizadas brutalmente nos últimos sete anos, primeiro pelos governos PSD/CDS-PP e, depois, pela praga do Governo PS de Sócrates e Jaime Silva». A isto, acresce a Política Agrícola Comum e a forma «desastrosa como sucessivos governos a aplicaram em Portugal». Para Jerónimo de Sousa, estas políticas agrícolas traçadas na União Europeia e na Organização Mundial do Comércio são «certamente do interesse das grandes potências agrícolas europeias» mas «tinham e têm muito pouco a ver com os interesses da nossa agricultura».
Entre as mais graves medidas que prejudicaram a agricultura nacional, Jerónimo de Sousa destacou o fim das quotas leiteiras, o desligamento das ajudas ao rendimento ou a situação que «hoje fundamentalmente vos atinge e atinge todos os orizicultores portugueses: a liberalização do comércio internacional dos produtos agro-alimentares, entre os quais está o arroz». Como salientou o dirigente comunista, esta liberalização corresponde aos interesses «das grandes multinacionais e da grande distribuição» - e não dos pequenos produtores ou dos países que têm no arroz o principal alimento das suas populações.
Para Jerónimo de Sousa, só a cumplicidade dos governos com os grandes grupos económicos da distribuição explica que nada se tenha feito para combater o dumping e a venda abaixo do preço desde que este problema foi levantado, em Junho. Também a Autoridade da Concorrência, que há muito estava alertada para estes comportamentos, nada fez: depois do seu presidente ter sido chamado ao Parlamento pelo PCP em Janeiro e depois da própria ASAE ter detectado estas práticas nas principais cadeias de distribuição (Continente, Pingo Doce, Modelo, Feira Nova, Jumbo, Lidl, Minipreço e Leclerc), a Autoridade informou a Assembleia da República em Agosto que «estava a estudar o problema».
Jerónimo de Sousa aproveitou ainda a ocasião para alertar os produtores para que não acreditem que é por «ignorância» que os governos de Portugal não intervêm para resolver este problema. «Eles não vêem porque não querem ver, porque ver obrigava-os a tomar medidas contra os grandes grupos económicos» e a contestar e contrariar as políticas da União Europeia. «Como os obrigava a não aprovar leis como a nova Lei do Arrendamento Rural, aprovada em fim de festa pelo anterior Governo que, violando a Constituição, desequilibrou a lei a favor do proprietário acabando com a tabela de rendas máximas e a possibilidade de oposição do rendeiro à renovação do arrendamento». Perante os produtores, o Secretário-geral do PCP garantiu que o Partido chamará esta lei à apreciação parlamentar.
A iniciar a sua intervenção, o Secretário-geral do PCP considerou ser desastrosa a situação vivida nos campos portugueses. «Até alguns dos que se julgavam acima dos problemas que vinham atingindo os pequenos e médios agricultores, pela dimensão das suas propriedades, têm hoje que dar o braço a torcer e reconhecer a verdade das análises, críticas e propostas que o PCP foi fazendo ao longo dos últimos 30 anos».
A difícil situação que a lavoura vive, garantiu, é a «consequência de dezenas de anos de políticas de direita, agudizadas brutalmente nos últimos sete anos, primeiro pelos governos PSD/CDS-PP e, depois, pela praga do Governo PS de Sócrates e Jaime Silva». A isto, acresce a Política Agrícola Comum e a forma «desastrosa como sucessivos governos a aplicaram em Portugal». Para Jerónimo de Sousa, estas políticas agrícolas traçadas na União Europeia e na Organização Mundial do Comércio são «certamente do interesse das grandes potências agrícolas europeias» mas «tinham e têm muito pouco a ver com os interesses da nossa agricultura».
Entre as mais graves medidas que prejudicaram a agricultura nacional, Jerónimo de Sousa destacou o fim das quotas leiteiras, o desligamento das ajudas ao rendimento ou a situação que «hoje fundamentalmente vos atinge e atinge todos os orizicultores portugueses: a liberalização do comércio internacional dos produtos agro-alimentares, entre os quais está o arroz». Como salientou o dirigente comunista, esta liberalização corresponde aos interesses «das grandes multinacionais e da grande distribuição» - e não dos pequenos produtores ou dos países que têm no arroz o principal alimento das suas populações.
Para Jerónimo de Sousa, só a cumplicidade dos governos com os grandes grupos económicos da distribuição explica que nada se tenha feito para combater o dumping e a venda abaixo do preço desde que este problema foi levantado, em Junho. Também a Autoridade da Concorrência, que há muito estava alertada para estes comportamentos, nada fez: depois do seu presidente ter sido chamado ao Parlamento pelo PCP em Janeiro e depois da própria ASAE ter detectado estas práticas nas principais cadeias de distribuição (Continente, Pingo Doce, Modelo, Feira Nova, Jumbo, Lidl, Minipreço e Leclerc), a Autoridade informou a Assembleia da República em Agosto que «estava a estudar o problema».
Jerónimo de Sousa aproveitou ainda a ocasião para alertar os produtores para que não acreditem que é por «ignorância» que os governos de Portugal não intervêm para resolver este problema. «Eles não vêem porque não querem ver, porque ver obrigava-os a tomar medidas contra os grandes grupos económicos» e a contestar e contrariar as políticas da União Europeia. «Como os obrigava a não aprovar leis como a nova Lei do Arrendamento Rural, aprovada em fim de festa pelo anterior Governo que, violando a Constituição, desequilibrou a lei a favor do proprietário acabando com a tabela de rendas máximas e a possibilidade de oposição do rendeiro à renovação do arrendamento». Perante os produtores, o Secretário-geral do PCP garantiu que o Partido chamará esta lei à apreciação parlamentar.