Jerónimo de Sousa no Centro Cultural de Belém

Uma nova política fiscal com justiça social

Jerónimo de Sousa participou, no dia 10, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, numa conferência promovida pela rádio TSF e pela Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas. Na ocasião, o dirigente do PCP apresentou as propostas da coligação para a política fiscal, que, afirmou, «procuram dar resposta às cinco principais e mais graves injustiças do nosso sistema fiscal».
A CDU defende, em primeiro lugar, o combate ao «crescente peso dos impostos indirectos» face aos impostos directos sobre o rendimento e sobre o património. Uma outra medida visa o combate ao «peso excessivo do IVA na receita fiscal total» (este é o principal imposto, representando 33 por cento da receita fiscal total).
Para Jerónimo de Sousa, há que combater também a «crescente desproporção que se verifica entre o imposto sobre os rendimentos das famílias (IRS) e o imposto sobre o rendimento das empresas (IRC), que em 2008 correspondiam respectivamente a 23 e a 15 por cento da receita fiscal total. A taxação eficaz do património mobiliário das famílias e o combate ao peso que no IRS tem o imposto pago por trabalhadores por conta de outrem, cerca de 80 por cento, são as restantes propostas da coligação.
No início da sua intervenção, Jerónimo de Sousa tinha já tomado a liberdade de acrescentar ao tema da conferência – Perspectivas Fiscais para a Legislatura e a Recuperação Económica – mais três palavras: «com justiça social». É que em sua opinião «não podemos tratar desta matéria sem ter como pano de fundo esse objectivo».
Para Jerónimo de Sousa, em Portugal verifica-se que o volume de impostos arrecadados pelo Estado é «insuficiente para corresponder às despesas necessárias». Mas, por outro lado, a arrecadação é feita de «forma injusta, sem ter em conta as capacidades contributivas de cada um».
Sobre o controlo do défice, o dirigente comunista sublinhou as diferenças entre a CDU e os outros partidos: «sem prejuízo dos exigíveis rigor e eficácia da despesa pública, o défice orçamental deve ser contido em limites adequados e sustentados na perspectiva macroeconómica através de um aumento das receitas do Estado.» Como? Através do alargamento da base tributária e da «reorientação dos recursos resultantes da actual floresta de benefícios fiscais que aproveitam aos grandes rendimentos de capital e aos mais elevados rendimentos singulares para as tarefas da promoção do desenvolvimento económico geral, particularmente para o desenvolvimento dos sectores produtivos nacionais».

Alterações necessárias

A CDU defende que se transforme o IRS num «imposto único sobre todos os rendimentos auferidos por pessoas singulares» e não, como sucede actualmente, incidir quase exclusivamente sobre os rendimentos do trabalho. A tributação das mais-valias é uma das formas de o fazer.
No que diz respeito ao IRC, Jerónimo de Sousa sublinhou a necessidade de «melhorar a situação fiscal das micro, pequenas e médias empresas» e garantir que as actividades com mais elevados resultados e rentabilidade «assumam uma efectiva participação nas receitas do Estado». Assim, ao mesmo tempo que se propõe o desagravamento do IRC de 25 para 22,5 por cento para as micro empresas, defende-se o agravamento em 10 por cento «na parte dos lucros empresariais superiores a 50 milhões de euros».
A garantia de uma taxa mínima de 20 por cento de IRC na banca; uma taxa de IRC de 40 por cento sobre os dividendos distribuídos e a eliminação do Pagamento Especial por Conta para as micro, pequenas e médias empresas foram outras propostas adiantadas pelo Secretário-geral do PCP.
«No que se refere aos benefícios fiscais, o seu montante financeiro e consequentemente a despesa fiscal anualmente suportada pelo país é imoral e insustentável», afirmou Jerónimo de Sousa. Só no ano passado, o montante desses benefícios fiscais acendeu a 1 300 milhões de euros e, «se juntarmos a esses os benefícios fiscais atribuídos pela Zona Franca da Madeira, mais 1 796 milhões de euros, chegamos aos 3 096 milhões de euros».


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