87.º aniversário do Partido

Preparar o Congresso com o socialismo no horizonte

O aniversário do Partido continua a ser assinalado em centenas de iniciativas por todo o País, envolvendo largos milhares de militantes comunistas e amigos. Jerónimo de Sousa esteve na Madeira e em Santiago do Cacém em duas grandes iniciativas.

Para além da su­bida elei­toral, os co­mu­nistas re­for­çaram também a sua or­ga­ni­zação e acção

Recebido com entusiasmo na Madeira, Jerónimo de Sousa saudou, praticamente um a um, os cerca de oitocentos militantes e simpatizantes do PCP que enchiam as várias salas do restaurante onde se realizou o jantar comemorativo do aniversário do Partido, no dia 14. O sistema de som instalado permitiu que todos, em todas as salas, ouvissem as palavras do secretário-geral do PCP, e a elas reagissem com satisfação e agrado.
Realçando que as comemorações dos 87 anos do PCP decorrem no quadro de uma «combativa e crescente luta de resistência dos trabalhadores e das populações às medidas antipopulares e de retrocesso social do Governo do PS de José Sócrates», o secretário-geral comunista lembrou que na Madeira o desemprego atingiu a mais elevada taxa de sempre, «uma das mais altas taxas de desemprego da Europa». «E não se diga que o Governo nada podia fazer. Podia», afirmou, lembrando que este é precisamente o resultado das «suas opções da política de restrição orçamental, da sua política de abandono do aparelho produtivo nacional».
Também a precariedade cresceu, no continente como na Madeira. No arquipélago, realçou, «cresce cada vez mais o trabalho precário e sem direitos» e o trabalho a tempo parcial substitui crescentemente o trabalho a tempo completo.
Outro dos principais problemas do País, para Jerónimo de Sousa, é a «erosão dos rendimentos do trabalho e das reformas». Na Madeira, tem uma «maior expressão, já que os trabalhadores têm dos mais baixos salários do País». Esta situação é tanto mais escandalosa quando em Portugal um quinto da população detém 45 por cento do rendimento nacional. Com o aumento dos preços de bens e serviços essenciais esta erosão acentuou-se, acusou.

«Temos que estar mo­bi­li­zados»

Edgar Silva, responsável pela organização do Partido no arquipélago, lembrou que no ano passado Jerónimo de Sousa não se pôde deslocar à Madeira, dirigindo-se aos militantes e simpatizantes do PCP na região através de uma mensagem vídeo. O compromisso de se apresentar ali pessoalmente foi cumprido, destacou o membro do Comité Central.
Há um ano atrás, lembrou Edgar Silva, estava-se a preparar as eleições regionais, que acabariam por se realizar em Maio. «Daquelas eleições resultou que a CDU, pela primeira vez, passou a terceira força política regional», recordou. A luta agora é para consolidar e reforçar a organização e acção do Partido na região, salientou o responsável.
Em sua opinião, «um dos desafios que se colocam na actual situação política regional é o dos nossos contributos para que se edifique uma alternativa política». Esta alternativa, reconhece Edgar Silva, constrói-se desde logo com a «intervenção consequente junto das causas das populações e na luta com os trabalhadores». Mas também se constrói com a apresentação de propostas para uma política alternativa, «na intervenção com a análise e proposta sobre a realidade regional, tal como estamos a fazer», afirmou o dirigente do PCP.
A terminar, Edgar Silva realçou que a grande iniciativa de aniversário do Partido tinha também como objectivo mobilizar o Partido para as «grandes batalhas políticas que se avizinham». «Temos que estar preparados e mobilizados!»

XVIII Con­gresso é a prin­cipal ta­refa do ano
Afirmar o Par­tido e o seu pro­jecto

Perante oito centenas de militantes e simpatizantes do Partido, Jerónimo de Sousa não deixou de considerar o XVIII Congresso como a principal tarefa partidária para 2008. O Congresso, que se realizará a 29 e 30 de Novembro e 1 de Dezembro no Campo Pequeno, em Lisboa, é um «momento muito importante da vida do Partido». No quadro da sua preparação, especificou, «todo o nosso colectivo é chamado à análise, ao debate e a tomar decisões da mais alta importância para a vida do nosso Partido e em todos os domínios da sua intervenção».
Este Congresso terá ainda de afirmar o «papel singular do PCP e do seu projecto na vida nacional», bem como de «resposta esclarecida à situação complexa que vivemos». Um Congresso que, continuou, «tendo em conta Abril, a realidade que criou e os seus valores, afirmem um PCP mais forte e que olha o futuro com a perspectiva do socialismo».
Jerónimo de Sousa lembrou ainda que o Congresso do PCP é concebido como um processo «e não apenas um acontecimento reduzido ao momento da sua realização». Tal concepção pressupõe «todo um percurso democrático de discussão e elaboração colectiva da orientação no seio desse espaço de convívio fraterno que é o nosso Partido Comunista Português».
Desde o XVII Congresso, realizado em 2004, «avançámos na acção e intervenção do Partido, no reforço da sua organização e influência», destacou o secretário-geral do PCP: «Avançámos na responsabilização de quadros, boa parte deles jovens, na formação política e ideológica, na realização de assembleias das organizações, na organização a partir das empresas e locais de trabalho e nas organizações de base em geral.» Mas também no esclarecimento da situação dos inscritos (58 mil membros do Partido, havendo ainda 44 mil situações por resolver), na afirmação do Avante!, e na adesão de novos militantes.
Jerónimo de Sousa afirmou ainda que grande parte desses avanços foram consolidados. E lembrou ser fundamental «ir ainda mais longe» para que o Partido esteja, «em cada momento, em condições de cumprir o seu papel sejam quais forem as condições em que tenha que intervir».


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