A batalha pela igualdade
Discriminação, deterioração das condições de vida, degradação de direitos, precarização do emprego, desemprego, privatização de funções sociais do Estado. Eis alguns dos traços que definem a situação em que hoje vivem e trabalham as mulheres.
Persistem as discriminações e as desigualdades que atingem sobretudo as mulheres
Foi para este preocupante quadro que a deputada comunista Odete Santos chamou a atenção dos deputados, entendendo que por ele são responsáveis as actuais políticas da União Europeia, as quais, advertiu, estão na base de «tendências de estagnação e mesmo agravamento da situação das mulheres».
Odete Santos falava no Parlamento, faz hoje oito dias, em declaração política proferida em nome da sua bancada a propósito da passagem dos 150 anos dos acontecimentos (a luta em 1857 das operárias têxteis contra as brutais condições laborais e por melhores salários) que viriam a justificar a criação do 8 de Março como Dia Internacional da Mulher.
Insistindo numa ideia que lhe é cara – a persistência da discriminação que atinge as mulheres nada tem que ver com questões de género ou da biologia mas sim e exclusivamente com a natureza opressora e exploradora da classe dominante –, a deputada do PCP aproveitou assim a passagem da histórica efeméride na luta das mulheres pela igualdade para denunciar as políticas e mecanismos que perpetuam as discriminações e as desigualdades.
Políticas que conduzem, sublinhou, socorrendo-se a propósito de dados recentemente divulgados pela agência Eurofoundation (ver caixa), à persistência e até agravamento das diferenças salariais entre homens e mulheres.
Taxa de pobreza
Mas essa é apenas uma das faces reveladoras do grau de dificuldades que pesam de modo particular sobre a vida das mulheres. No caso particular do nosso País - invocando desta vez os mais recentes dados do Eurostat -, Odete Santos mostrou como aumenta de novo a taxa de risco de pobreza, em especial a pobreza feminina sempre com uma taxa superior à dos homens.
«O fosso entre os 20 por cento mais ricos e os 20 por cento mais pobres, que já era maior relativamente à média da União Europeia, tornou a aumentar», advertiu a parlamentar comunista, lembrando que em 2005 os mais ricos tiveram 8,2 vezes mais rendimentos que os mais pobres, enquanto a média na União Europeia é de 4,9.
Significado não deixa de ter, por outro lado, o facto de a taxa de precarização (que afecta sobretudo as mulheres) ter subido em Portugal de 19,5 por cento para 20,6 por cento, tal como aumentou a taxa de desemprego.
Factos estes que se desenvolvem em paralelo, como tratou de assinalar Odete Santos, com a degradação do Serviço Nacional de Saúde, o encerramento de maternidades, o fecho de urgências. E aqui é que bate o ponto, pois, como afirmou a parlamentar comunista, «tudo isto diz sobretudo respeito às mulheres». É que, frisou, para além do mais, «são elas que cuidam da saúde da família, do companheiro, dos filhos e dos idosos».
Odete Santos falava no Parlamento, faz hoje oito dias, em declaração política proferida em nome da sua bancada a propósito da passagem dos 150 anos dos acontecimentos (a luta em 1857 das operárias têxteis contra as brutais condições laborais e por melhores salários) que viriam a justificar a criação do 8 de Março como Dia Internacional da Mulher.
Insistindo numa ideia que lhe é cara – a persistência da discriminação que atinge as mulheres nada tem que ver com questões de género ou da biologia mas sim e exclusivamente com a natureza opressora e exploradora da classe dominante –, a deputada do PCP aproveitou assim a passagem da histórica efeméride na luta das mulheres pela igualdade para denunciar as políticas e mecanismos que perpetuam as discriminações e as desigualdades.
Políticas que conduzem, sublinhou, socorrendo-se a propósito de dados recentemente divulgados pela agência Eurofoundation (ver caixa), à persistência e até agravamento das diferenças salariais entre homens e mulheres.
Taxa de pobreza
Mas essa é apenas uma das faces reveladoras do grau de dificuldades que pesam de modo particular sobre a vida das mulheres. No caso particular do nosso País - invocando desta vez os mais recentes dados do Eurostat -, Odete Santos mostrou como aumenta de novo a taxa de risco de pobreza, em especial a pobreza feminina sempre com uma taxa superior à dos homens.
«O fosso entre os 20 por cento mais ricos e os 20 por cento mais pobres, que já era maior relativamente à média da União Europeia, tornou a aumentar», advertiu a parlamentar comunista, lembrando que em 2005 os mais ricos tiveram 8,2 vezes mais rendimentos que os mais pobres, enquanto a média na União Europeia é de 4,9.
Significado não deixa de ter, por outro lado, o facto de a taxa de precarização (que afecta sobretudo as mulheres) ter subido em Portugal de 19,5 por cento para 20,6 por cento, tal como aumentou a taxa de desemprego.
Factos estes que se desenvolvem em paralelo, como tratou de assinalar Odete Santos, com a degradação do Serviço Nacional de Saúde, o encerramento de maternidades, o fecho de urgências. E aqui é que bate o ponto, pois, como afirmou a parlamentar comunista, «tudo isto diz sobretudo respeito às mulheres». É que, frisou, para além do mais, «são elas que cuidam da saúde da família, do companheiro, dos filhos e dos idosos».