Seixal reúne 9.ª Assembleia

«Intervir melhor!»

Os comunistas do Seixal reuniram-se para a sua 9.ª Assembleia da Organização Concelhia, no passado fim-de-semana, sob o lema «Reforçar o PCP para intervir melhor!».

A assembleia foi o culminar de um amplo debate preparatório

Antes, haviam-se realizado plenários das organizações das seis freguesias do concelho, do Organismo Intermediário de Empresas, dos Professores e dos Trabalhadores da Câmara Municipal, por certo uma das maiores do país, para debater, corrigir e melhorar o projecto de resolução política, um documento de balanço e orientador que foi aprovado por unanimidade pelos mais de 200 delegados, depois de devidamente discutido pelos delegados eleitos.
Foi também eleita a nova Comissão Concelhia, de cuja composição ressalta um certo rejuvenescimento etário. Além disso, as mulheres representam cerca de 20 por cento, enquanto os operários e empregados ocupam 54 por cento da Concelhia.
Os cerca de cem convidados na assembleia, e como recentemente se verificou na luta popular pela construção do hospital no concelho, os comunistas são um factor de valorização na ampla frente de movimentos que pugna por melhores condições de vida e de trabalho.

Atento à realidade

A situação social do concelho do Seixal mereceu um estudo atento dos comunistas. Ela reflecte - lê-se no documento político - o «agravamento das desigualdades com uma cada vez mais iníqua distribuição da riqueza a favor do grande capital financeiro, o alargamento das manchas de pobreza e as crescentes dificuldades de acesso dos mais necessitados à satisfação dos direitos sociais consagrados na Constituição da República». Por consequência, os «trabalhadores e a população do concelho, organizados em importantes frentes de acção unitária de massas, lado a lado com as autarquias CDU, têm desenvolvido uma intensa actividade para derrotar a política anti-social dos sucessivos governos e minimizar os seus impactos negativos».
O documento aborda ainda outros temas, como os movimentos sociais e associativo ou as comissões de utentes, a juventude, os comunistas e o Poder Local, a educação e o Partido. Neste capítulo, avança-se como uma das orientações prioritárias a criação de células de trabalhadores nas empresas onde ainda não existam e, em particular, nas autarquias, sob a direcção das respectivas comissões de freguesia.

Com organização e intervenção
Responder ao ataque do capital


«Com a entrada em vigor do Código do Trabalho, quer o capital quer os sucessivos governos tentam por todos os meios liquidar direitos individuais e colectivos dos trabalhadores», destaca a resolução política aprovada na 9.ª assembleia dos comunistas do Seixal.
Na Lusosider, não têm parado os ataques às estruturas representativas dos trabalhadores. «Aplicando abusivas sanções disciplinares, indo até aos despedimentos de representantes dos trabalhadores», a administração tem mantido uma atitude de coação e intimidatória às actividades dos membros do Sindicato dos Metalúrgicos e da Comissão de Trabalhadores. Recentemente, o Acordo de Empresa (AE), assinado «com os divisionistas da UGT e com o patronato» levou à perda de um «conjunto de direitos anteriormente consignados na contratação colectiva», realça da resolução.
Na SN Seixal (antiga SN Longos, de capital espanhol), o AE tinha um conteúdo idêntico ao da Lusosider. Mas a forma de coação foi diferente. Nesta empresa, o patronato optou por transferir os representantes dos trabalhadores para horários com pouco movimento, restringindo assim a sua actividade, acusa o PCP.
Na Delphi e na Pioneer, são proibidos os plenários de trabalhadores convocados pelas comissões sindicais do Sindicato das Indústrias Eléctricas, da CGTP-IN. Na Alcoa a estratégia da administração tem sido a liquidação de postos de trabalho, com o objectivo de, a curto prazo, encerrar a empresa, afirmam os comunistas do Seixal.
Esta multinacional adquiriu a fábrica à Indelma, que recebera 10 milhões de contos como incentivo à criação de novos postos de trabalho. Na Elo, a administração pressiona individualmente os trabalhadores. Em resultado das pressões, dois terços dos trabalhadores romperam a sua ligação com o sindicato, em troca de aumentos de 30 euros, mais o valor da quota sindical. Com esta cedência, afirma o PCP, acabaram os plenários na empresa.
Para fazer face a esta realidade, em que impera a repressão no interior das empresas, a organização do Partido no concelho destacou um quadro para o trabalho com as empresas. A sua principal tarefa foi «estabelecer contactos com os trabalhadores fora das empresas e, em muitos casos através do recrutamento, iniciar assim o trabalho do Partido dentro da empresa», afirma-se na resolução.


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