Motoristas contra exames

A Festru/CGTP-IN entregou dia 6, no Ministério da Administração Interna, 3 mil assinaturas de motoristas de pesados de passageiros, contra o decreto-lei que, desde Junho do ano passado, sujeita novamente aqueles profissionais a exames psicológicos, na renovação da carta de condução.
O Governo aprovou o decreto-lei 103/2005 «para esconder o seu verdadeiro objectivo, que é encher os bolsos às empresas que fazem os exames psicológicos», acusa a federação. Além disso, ficam abertas as portas para o despedimento, já que um trabalhador reprovado «tem de ficar sem trabalhar durante seis meses, até novo exame», explicou Vítor Pereira, dirigente da Festru, à agência Lusa.
O ministro da Administração Interna foi instado pela Festru a «dizer publicamente o número de acidentes rodoviários ocorridos em Portugal devido aos motoristas de pesados de passageiros não serem obrigados a fazer os exames psicológicos».
Para a federação, o teste só deve ser realizado a pedido do delegado de Saúde (que intervém no processo de renovação da carta) e não deve ser pago pelos motoristas; a reprovação deve ser encarada como um problema de saúde, com direito a tratamento, e não um motivo para o desemprego; reprovações sucessivas devem levar à reconversão profissional ou à reforma, sem perda de direitos.
A federação reafirma que, «caso o Governo não tenha a sensibilidade para alterar a lei, os trabalhadores irão desenvolver as formas de luta que acharem necessárias», as quais «não excluem a greve».
Nos transportes de mercadorias, morreu mais de um motorista por mês, no período entre Janeiro de 2001 e Julho de 2005, afirmou a Festru, ao anunciar que iria ontem interpelar a secretária de Estado dos Transportes.
«Os sucessivos governos, apesar de alertados e conhecedores destas situações, nada fazem, deixando o sector de mercadorias cada vez mais indisciplinado», protesta a federação, na nota de imprensa em que apontou, como principais problemas, a precariedade laboral, a concorrência desleal, a falta de fiscalização. Por estes motivos, os motoristas são sujeitos «a cargas diárias de 16, 17 e mais horas, sem terem o descanso necessário, pondo em causa a sua vida e a dos restantes utentes das estradas».


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