Contra horários de 50 horas
Contra a imposição de 50 horas semanais, processos disciplinares e despedimentos «abusivos», os trabalhadores na Cimianto, em Alhandra, pararam uma hora nos dias 4, 5 e 6.
Desde Maio de 2004 que os trabalhadores lutam contra o horário abusivo
Segundo a dirigente da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro, Fátima Messias, a greve, à semelhança das acções de luta anteriores, foi uma demonstração de solidariedade para exigir a reintegração de três dos quatro funcionários que, recentemente, sofreram sanções «abusivas e injustas», entre estas o despedimento.
Antes, já tinham sido levantados processo disciplinares, pelos mesmo motivos, a oito trabalhadores.
Dois foram despedidos – um dos quais Fernando Brás, é delegado sindical – e o terceiro foi suspenso.
«A empresa alegou que, num turno nocturno, estávamos a descansar onde não devíamos, o que é mentira», afirmou, «eles andavam há muito tempo com o pé atrás connosco, vá-se lá saber porquê», contando que «a verdade é que trabalho aqui há vinte anos, nunca tive problemas com a empresa e fiquei surpreendido», desabafou.
Fernando Brás avançou, entretanto, com um processo no Tribunal de Trabalho, a contestar o despedimento.
«Como trabalhadores, temos tido um comportamento exemplar, mas a administração tem sido rude, chantagista e está a perseguir alguns de nós», salientou o dirigente sindical, António Matos.
Chantagem com os salários
Em 2004, foram impostos horários de 50 horas semanais, rotativos. «Desde então, a administração tem-nos criado problemas que nunca tínhamos tido, embora tenhamos travado, até hoje, muitas lutas com sucesso na empresa», afirmou António Matos.
«Os trabalhadores recusaram e, desde aí, temos encetado formas de luta para denunciar a situação e exigir a reposição da legalidade», sublinhou ainda.
Em resposta à recusa do horário, a administração congelou os aumentos salariais que tinha acordado e que até já tinha pago, no primeiro mês. Desde então, as actualizações salariais estão por pagar.
Apenas uma escassa dezena trabalhadores em cerca de cem, aceitou o novo horário, «sob chantagem e por receio de represálias». «Além de exigirmos a actualização salarial, estamos em solidariedade com os quatro camaradas nossos, agora ameaçados», esclareceu António Matos.
Desculpas para despedir
Dos quatro trabalhadores em causa, um encontrou alternativa em Angola, sua terra de origem. Tinha três anos de casa e aceitou uma indemnização de cerca de 5 mil euros, «mas, os restantes três foram alvo de perseguição», acusou António Matos.
«Dois chefes foram fiscalizar o trabalho às quatro horas da manhã e, por falta de condições de trabalho, os funcionários em causa não estavam a trabalhar». Dois deles, «para combater o frio, tinham ido à lenha» e «os outros dois, estavam no gabinete dos fiéis de armazém e, por esse motivo, foi-lhes accionado o processo».
«Se os trabalhadores não forem reintegrados depois destes três dias, certamente vamos endurecer as formas de luta até à sua reintegração», concluiu António Matos.
Imposição ilegal
«O regime que se pretende impor, de três meses a fazer 50 horas semanais, seguidos de uma semana de 40 e mais três semanas sem trabalho, não está sequer previsto no contrato», salientou Fátima Messias.
Este é o motivo, segundo o sindicato, que tem levado a empresa a assumir uma atitude repressiva sobre os trabalhadores da produção, por estes, legitimamente, não aceitarem as 50 horas, posição que tem levado a empresa a não actualizar os salários aos que, desde Maio de 2004, têm lutado contra a imposição.
«Foram aplicadas sanções disciplinares diferentes baseadas na mesma acusação e em processos simultâneos, num acto de grande arbitrariedade e repressão», denunciou a dirigente sindical.
Os trabalhadores aguardam pela sentença da juíza do Tribunal de Trabalho, sobre o pagamento da actualização salarial, desde 2004.
Antes, já tinham sido levantados processo disciplinares, pelos mesmo motivos, a oito trabalhadores.
Dois foram despedidos – um dos quais Fernando Brás, é delegado sindical – e o terceiro foi suspenso.
«A empresa alegou que, num turno nocturno, estávamos a descansar onde não devíamos, o que é mentira», afirmou, «eles andavam há muito tempo com o pé atrás connosco, vá-se lá saber porquê», contando que «a verdade é que trabalho aqui há vinte anos, nunca tive problemas com a empresa e fiquei surpreendido», desabafou.
Fernando Brás avançou, entretanto, com um processo no Tribunal de Trabalho, a contestar o despedimento.
«Como trabalhadores, temos tido um comportamento exemplar, mas a administração tem sido rude, chantagista e está a perseguir alguns de nós», salientou o dirigente sindical, António Matos.
Chantagem com os salários
Em 2004, foram impostos horários de 50 horas semanais, rotativos. «Desde então, a administração tem-nos criado problemas que nunca tínhamos tido, embora tenhamos travado, até hoje, muitas lutas com sucesso na empresa», afirmou António Matos.
«Os trabalhadores recusaram e, desde aí, temos encetado formas de luta para denunciar a situação e exigir a reposição da legalidade», sublinhou ainda.
Em resposta à recusa do horário, a administração congelou os aumentos salariais que tinha acordado e que até já tinha pago, no primeiro mês. Desde então, as actualizações salariais estão por pagar.
Apenas uma escassa dezena trabalhadores em cerca de cem, aceitou o novo horário, «sob chantagem e por receio de represálias». «Além de exigirmos a actualização salarial, estamos em solidariedade com os quatro camaradas nossos, agora ameaçados», esclareceu António Matos.
Desculpas para despedir
Dos quatro trabalhadores em causa, um encontrou alternativa em Angola, sua terra de origem. Tinha três anos de casa e aceitou uma indemnização de cerca de 5 mil euros, «mas, os restantes três foram alvo de perseguição», acusou António Matos.
«Dois chefes foram fiscalizar o trabalho às quatro horas da manhã e, por falta de condições de trabalho, os funcionários em causa não estavam a trabalhar». Dois deles, «para combater o frio, tinham ido à lenha» e «os outros dois, estavam no gabinete dos fiéis de armazém e, por esse motivo, foi-lhes accionado o processo».
«Se os trabalhadores não forem reintegrados depois destes três dias, certamente vamos endurecer as formas de luta até à sua reintegração», concluiu António Matos.
Imposição ilegal
«O regime que se pretende impor, de três meses a fazer 50 horas semanais, seguidos de uma semana de 40 e mais três semanas sem trabalho, não está sequer previsto no contrato», salientou Fátima Messias.
Este é o motivo, segundo o sindicato, que tem levado a empresa a assumir uma atitude repressiva sobre os trabalhadores da produção, por estes, legitimamente, não aceitarem as 50 horas, posição que tem levado a empresa a não actualizar os salários aos que, desde Maio de 2004, têm lutado contra a imposição.
«Foram aplicadas sanções disciplinares diferentes baseadas na mesma acusação e em processos simultâneos, num acto de grande arbitrariedade e repressão», denunciou a dirigente sindical.
Os trabalhadores aguardam pela sentença da juíza do Tribunal de Trabalho, sobre o pagamento da actualização salarial, desde 2004.