Crime ambiental no rio Alviela
Centenas de peixes mortos foram retirados do rio Alviela, na sequência de despejos de químicos pelas empresas de curtumes de Alcanena.
A Norte do açude do porto há várias dezenas de peixes em putrefacção
De acordo com Firmino Oliveira, presidente da Junta de Freguesia de Vaqueiros, Santarém, os técnicos da Comissão de Coordenação e de Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) começaram (na passada semana) a limpeza do rio, mas depararam-se com mais peixes mortos do que o esperado.
«A Norte do açude do porto há várias dezenas de peixes em putrefacção» mas «noutros açudes foram encontrados muitos outros peixes a boiar», revelou o autarca da CDU, que faz parte de uma comissão cívica para a protecção do rio Alviela. Os serviços técnicos retiraram «enguias, carpas, barbos, bordais, com vários quilos», continuou.
Em conversa com os jornalistas, Firmino Oliveira mostrou-se indignado com os problemas ambientais causados pela falta de capacidade do sistema de saneamento das empresas de curtumes de Alcanena, que acusa de contaminarem a água com produtos químicos utilizados no tratamento dos curtumes.
«Há muita água no rio e isso é um sinal que os peixes estão a morrer com venenos dos curtumes», explicou o autarca, temendo uma «catástrofe de saúde pública» caso algum peixe contaminado tenha sido pescado por moradores da zona.
Situação trágica
Preocupados com esta situação, o Partido Ecologista «Os Verdes» reclamou, na mesma semana, uma intervenção do Governo para resolver a poluição do rio Alviela e exigiu verbas para melhorar o sistema de saneamento daquela região.
«Esta é uma situação trágica que tem vindo a prolongar-se há vários anos e tem de se tomar medidas concretas», defendeu a deputada Manuela Cunha, dirigente dos ecologistas, numa vista à região, prometendo «pressionar quem tem direito para que este problema tenha uma solução de uma vez por todas».
Neste sentido, «Os Verdes» vão solicitar que o próximo Orçamento de Estado complete uma verba para a requalificação do sistema de saneamento da indústria de curtumes.
O sistema foi construído na década de 90, mas a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e as condutas apresentam graves deficiências, causadas por corrosão e problemas tecnológicos, não conseguindo tratar convenientemente os resíduos.
Além de uma intervenção do Estado, os ecologistas defendem também uma maior responsabilização dos empresários dos curtumes, que devem comparticipar substancialmente qualquer investimento.
Gondomar
Betão em cima de betão
A requalificação e valorização ambiental do Vale do Rio Tinto, com o objectivo de devolver o rio aos riotintenses, é um projecto que tem sido defendido pela CDU, força política que em diversas ocasiões apresentou propostas para a sua concretização nomeadamente ao nível da Câmara de Gondomar e da Assembleia da República.
«É do conhecimento público que a CDU sempre esteve contra o entubamento de troços do Rio Tinto levados a cavo pela Câmara de Gondomar com o exclusivo propósito de facilitar a construção de prédios e a especulação imobiliária», afirmou, em conferência de imprensa, realizada no sábado, Pimenta Dias, vereador da CDU, sublinhando que «tapar o rio, só para não ter que o despoluir e revalorizar, é um verdadeiro crime ambiental, que merece o repúdio da população».
Para a CDU a valorização ambiental do Rio Tinto só será efectivamente conseguida quando as suas margens forem alvo de uma verdadeira requalificação urbanística que salvaguarde os valores paisagísticos e ambientais ainda presentes no Vale do Rio Tinto, e forem eliminados os focos de poluição existentes neste decurso de água.
«Infelizmente temos vindo a assistir à invasão das margens do rio com “betão em cima de betão” que só tem contribuído para a degradação do tecido urbano atravessado por esta linhas de água», continuou o autarca comunista, destacando que a CDU «espera que a construção da linha do Metro Ligeiro do Porto que vai servir Gondomar (tantas vezes prometida, mas que tarda em ser concretizada) não sirva de pretexto para continuar a tapar o Rio Tinto».
No que respeita à poluição do rio, os comunistas denunciam ainda que os Serviços Municipais e a empresa Águas de Gondomar, SA, continuam «a fechar os olhos às centenas de ligações de esgotos que drenam directamente para o rio, preferindo assobiar para o lado em vez de encararem de frente este grave problema e adoptarem medidas efectivas de despoluição deste curso de água».
«A Norte do açude do porto há várias dezenas de peixes em putrefacção» mas «noutros açudes foram encontrados muitos outros peixes a boiar», revelou o autarca da CDU, que faz parte de uma comissão cívica para a protecção do rio Alviela. Os serviços técnicos retiraram «enguias, carpas, barbos, bordais, com vários quilos», continuou.
Em conversa com os jornalistas, Firmino Oliveira mostrou-se indignado com os problemas ambientais causados pela falta de capacidade do sistema de saneamento das empresas de curtumes de Alcanena, que acusa de contaminarem a água com produtos químicos utilizados no tratamento dos curtumes.
«Há muita água no rio e isso é um sinal que os peixes estão a morrer com venenos dos curtumes», explicou o autarca, temendo uma «catástrofe de saúde pública» caso algum peixe contaminado tenha sido pescado por moradores da zona.
Situação trágica
Preocupados com esta situação, o Partido Ecologista «Os Verdes» reclamou, na mesma semana, uma intervenção do Governo para resolver a poluição do rio Alviela e exigiu verbas para melhorar o sistema de saneamento daquela região.
«Esta é uma situação trágica que tem vindo a prolongar-se há vários anos e tem de se tomar medidas concretas», defendeu a deputada Manuela Cunha, dirigente dos ecologistas, numa vista à região, prometendo «pressionar quem tem direito para que este problema tenha uma solução de uma vez por todas».
Neste sentido, «Os Verdes» vão solicitar que o próximo Orçamento de Estado complete uma verba para a requalificação do sistema de saneamento da indústria de curtumes.
O sistema foi construído na década de 90, mas a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e as condutas apresentam graves deficiências, causadas por corrosão e problemas tecnológicos, não conseguindo tratar convenientemente os resíduos.
Além de uma intervenção do Estado, os ecologistas defendem também uma maior responsabilização dos empresários dos curtumes, que devem comparticipar substancialmente qualquer investimento.
Gondomar
Betão em cima de betão
A requalificação e valorização ambiental do Vale do Rio Tinto, com o objectivo de devolver o rio aos riotintenses, é um projecto que tem sido defendido pela CDU, força política que em diversas ocasiões apresentou propostas para a sua concretização nomeadamente ao nível da Câmara de Gondomar e da Assembleia da República.
«É do conhecimento público que a CDU sempre esteve contra o entubamento de troços do Rio Tinto levados a cavo pela Câmara de Gondomar com o exclusivo propósito de facilitar a construção de prédios e a especulação imobiliária», afirmou, em conferência de imprensa, realizada no sábado, Pimenta Dias, vereador da CDU, sublinhando que «tapar o rio, só para não ter que o despoluir e revalorizar, é um verdadeiro crime ambiental, que merece o repúdio da população».
Para a CDU a valorização ambiental do Rio Tinto só será efectivamente conseguida quando as suas margens forem alvo de uma verdadeira requalificação urbanística que salvaguarde os valores paisagísticos e ambientais ainda presentes no Vale do Rio Tinto, e forem eliminados os focos de poluição existentes neste decurso de água.
«Infelizmente temos vindo a assistir à invasão das margens do rio com “betão em cima de betão” que só tem contribuído para a degradação do tecido urbano atravessado por esta linhas de água», continuou o autarca comunista, destacando que a CDU «espera que a construção da linha do Metro Ligeiro do Porto que vai servir Gondomar (tantas vezes prometida, mas que tarda em ser concretizada) não sirva de pretexto para continuar a tapar o Rio Tinto».
No que respeita à poluição do rio, os comunistas denunciam ainda que os Serviços Municipais e a empresa Águas de Gondomar, SA, continuam «a fechar os olhos às centenas de ligações de esgotos que drenam directamente para o rio, preferindo assobiar para o lado em vez de encararem de frente este grave problema e adoptarem medidas efectivas de despoluição deste curso de água».