Instabilidade nas forças de segurança

Demite-se director nacional da PSP

O director nacional da PSP, Mário Morgado, pediu a sua demissão ao ministro da Administração Interna. O «anti-sindicalista» Branquinho Lobo foi indigitado para o seu lugar.

Era inevitável a saída do director nacional da PSP

O director nacional da PSP demitiu-se, na passada semana. Apontou como motivos para a sua saída a recente mudança do Governo, por considerar que configura «uma alteração significativa» dos pressupostos políticos que até agora lhe permitiam exercer o mandato».
Em declarações à comunicação social, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) considerou que era inevitável a saída do director nacional da PSP, face ao descontentamento na instituição e à falta de condições para modernizar a polícia.
O presidente da ASPP, Alberto Torres, disse que a estrutura sindical «sentia que a demissão» de Mário Morgado «podia dar-se a qualquer momento». Alberto Torres afirmou perceber os motivos invocados pelo desembargador, tanto mais que «a ASPP teve a preocupação de comparar os programas do anterior e actual Governo e não vê neste último objectivos que levem à solução dos graves problemas que afectam a PSP».
O dirigente sindical afirmou que ao longo dos dois anos de Mário Morgado à frente da PSP foram criados grupos de trabalho, alguns deles com a participação das associações sindicais, com vista à resolução de vários problemas, entre eles a alteração da Lei Orgânica, estatuto de pessoal, regulamento disciplinar, e que, apesar do esforço, «não houve resposta política para a resolução desses problemas».
No que se refere às condições de trabalho, Alberto Torres afirmou que existe uma degradação das instalações, do parque automóvel e das comunicações, assim como do material informático, e que, «pese embora terem chegado a algumas esquadras alguns computadores, a ligação em rede deverá demorar».
O sindicalista sublinhou que existe ainda uma grande insatisfação na PSP porque não há aumentos para os mais antigos há cerca de dois anos, as promoções de cerca de 3 mil pessoas estão congeladas desde o princípio de 2002 e não há colocação nos escalões tendo em conta o tempo de serviço prestado à instituição.
«As sucessivas promessas não cumpridas, como a do aumentos dos gratificados, numa altura que houve alterações no Ministério da Administração Interna, terão levado o director nacional a apresentar a sua demissão, porque nenhum director se sentirá confortável se não tiver condições para modernizar a PSP e para satisfazer as questões
sociais e laborais dos profissionais da polícia», afirmou.

Director anti-sindicalista

Entretanto, Branquinho Lobo foi indigitado, sexta-feira, director nacional da PSP. Comentando a substituição, a ASPP, em comunicado, colocou reservas à nomeação, apontando as «posições anti-sindicalistas» que o responsável assumiu enquanto esteve no XI Governo Constitucional.
«A ASPP não desconhece que o doutor Branquinho Lobo foi secretário de Estado Ajunto do Ministro da Administração Interna no XI Governo Constitucional e tem bem presente as posições anti-sindicalistas que assumiu em 11 de Marços de 1989, por ocasião do I Encontro Nacional de Polícias, um mês antes do tristemente célebre episódio de polícias contra policias, também conhecido por “secos e molhados”, refere o documento.
Na nota à imprensa, a estrutura sindical «faz votos para que José Manuel Branquinho Lobo tenha aprofundado a necessidade de postura dialogante em relação aos sindicatos da PSP, cuja a existência tentou inviabilizar em 1989». A ASPP afirma ainda que, «num gesto de cortesia», o novo ministro da Administração Interna, Daniel Sanches, «poderia ter dado conhecimento prévio desta nomeação aos sindicatos da PSP antes de o Governo ter feito o anuncio público».


Mais artigos de: Nacional

Contra a «fome e miséria»

Centenas de vitivinicultores do Douro manifestaram-se na Régua exigindo um aumento da qualidade de uvas a transformar em Vinho do Porto em percentagens iguais para todos os produtores.

Crime ambiental no rio Alviela

Centenas de peixes mortos foram retirados do rio Alviela, na sequência de despejos de químicos pelas empresas de curtumes de Alcanena.

Eleger um terceiro deputado nos Açores

Os comunistas dos Açores estão confiantes na eleição de um terceiro deputado à Assembleia Regional nas eleições de 17 de Outubro, para «equilibrar» a vida política do arquipélago. «A data das Eleições Regionais aproxima-se velozmente e é necessário ter consciência que estamos em vésperas de um momento decisivo para a...

AERLIS ao abandono

O pólo do Carregado da Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS), mandado construir há quatro anos com recurso a fundos comunitários, está ao abandono e em estado de degradação porque o construtor não chegou a conclui-lo.O vice-presidente da AERLIS, Carvalho Pereira, afirmou, na passada semana, à Lusa que «a...

FENPROF repudia atitude do Ministério da Educação

A Federação Nacional de Professores (FENPROF) acusou o Ministério da Educação de alterar as regras de correcção do exame de matemática do 12.º ano, quando muitos docentes já tinham corrigido as provas de acordo com normas anteriormente divulgadas.De acordo com FENPROF, o segundo documento com orientações para a correcção...

Sete anos ao abandono

Nos últimos sete anos de gestão do PS no concelho de Cuba, há uma coisa que salta à vista, até da pessoa mais distraída: Albergaria dos Fusos é a localidade que menos obras e intervenções tem sofrido.O caso de Albergaria dos Fusos assume uma dimensão especial porque é aquele onde o PS obtém melhor votação (perderia...

Atentado ao ordenamento do território

Porque o futuro se garante no presente e para que não se voltem a repetir situações de extrema gravidade, no âmbito do ordenamento do território, a CDU de Sintra apresentou, sexta-feira, em conferência de imprensa, um vasto conjunto de preocupações em diversas áreas do concelho. Um dos problemas levantados pelos...

Prevenir e combater incêndios em Beja

A Câmara Municipal de Beja anunciou a cedência de terrenos para a construção da nova sede do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja, a concluir no prazo de dois anos. O novo CDOS de Beja ficará também responsável pela gestão de um Centro de Meios Aéreos com Heliporto, para apoio a acções de prevenção e...

Desastre natural ou motivação económica?

O que se passou este ano de tão diferente de 2003 que levou a que ardesse uma parte tão importante da serra da Arrábida? O clima está mais ou menos idêntico ao do ano passado, quente, seco e ventoso. Assim, não será apenas este o motivo que levou a um desastre desta dimensão. Em 2003 registaram-se violentíssimos...

Utentes do IP5 em luta

A Comissão de Utentes do IP5/A25 promoveu uma nova jornada de protesto e de recolha de assinaturas, desta feita em Vilar Formoso, junto à fronteira, coincidindo com o regresso dos emigrantes portugueses. Na iniciativa, que contou com uma muito boa adesão, foram recolhidas mais de quatro centenas de assinaturas e...