Golpe palaciano afasta Chevardnadze
O Supremo Tribunal da Geórgia anulou terça-feira os resultados das eleições de 2 de Novembro, na sequência da contestação que levou à demissão de Eduard Chevardnadze.
Conotado com a corrupção, Shevardnadze tornou-se incómodo
A decisão de anular os resultados das legislativas de 2 de Novembro, «devido a fraudes», foi anunciada pelo Supremo Tribunal da Geórgia como sendo «definitiva» e não podendo «ser contestada».
As fraudes agora reconhecidas estiveram na origem do movimento de contestação do fim-de-semana que acabou, no domingo, por levar à demissão do presidente Eduard Chevardnadze. «Percebi que poderia haver um derramamento de sangue se eu exercesse meus direitos», disse Shevardnadze ao anunciar a demissão.
A oposição a Shevardnadze, liderada pelo Movimento Nacional, tinha ocupado o Parlamento e da sede da Presidência, no centro da capital, Tbilissi, sem encontrar resistência policial, enquanto a presidente do Parlamento, Nino Burdjanadze, se auto proclamava presidente interino da Geórgia.
O golpe palaciano que nos últimos dias colocou a Geórgia no centro das atenções era previsível, mas pouco tem a ver com a grave situação económica e social que se vive no país.
Na expectativa
Com uma dívida externa de 1,75 mil milhões de dólares (1,48 mil milhões de euros), um rendimento médio mensal inferior a 50 euros, e a corrupção generalizada no aparelho de Estado montado por Shevardnadze, o país tornou-se uma preocupação para os EUA, interessados na pacificação interna que lhes permita operar sem sobressaltos na exploração do oleoduto que trará o petróleo do Azerbaijão para a Turquia, sem interferências da Rússia, e evitando a problemática Arménia e o imponderável Irão.
Demasiado conotado com a corrupção, Shevardnadze tornou-se um aliado incómodo num país que é uma manta de retalhos e onde os nacionalismos estão bem vivos e à espera da sua oportunidade. Nas regiões mais ou menos autónomas da Adjaria (que declarou o estado de emergência), da Abcásia (autoproclamada independente) e da Ossétia do Sul (que se quer integrar na Rússia), as convulsões em Tbilissi são acompanhadas com expectativa.
As eleições gerais (legislativas e presidenciais) na Geórgia, prometidas para daqui a 45 dias, podem trazer surpresas.
As fraudes agora reconhecidas estiveram na origem do movimento de contestação do fim-de-semana que acabou, no domingo, por levar à demissão do presidente Eduard Chevardnadze. «Percebi que poderia haver um derramamento de sangue se eu exercesse meus direitos», disse Shevardnadze ao anunciar a demissão.
A oposição a Shevardnadze, liderada pelo Movimento Nacional, tinha ocupado o Parlamento e da sede da Presidência, no centro da capital, Tbilissi, sem encontrar resistência policial, enquanto a presidente do Parlamento, Nino Burdjanadze, se auto proclamava presidente interino da Geórgia.
O golpe palaciano que nos últimos dias colocou a Geórgia no centro das atenções era previsível, mas pouco tem a ver com a grave situação económica e social que se vive no país.
Na expectativa
Com uma dívida externa de 1,75 mil milhões de dólares (1,48 mil milhões de euros), um rendimento médio mensal inferior a 50 euros, e a corrupção generalizada no aparelho de Estado montado por Shevardnadze, o país tornou-se uma preocupação para os EUA, interessados na pacificação interna que lhes permita operar sem sobressaltos na exploração do oleoduto que trará o petróleo do Azerbaijão para a Turquia, sem interferências da Rússia, e evitando a problemática Arménia e o imponderável Irão.
Demasiado conotado com a corrupção, Shevardnadze tornou-se um aliado incómodo num país que é uma manta de retalhos e onde os nacionalismos estão bem vivos e à espera da sua oportunidade. Nas regiões mais ou menos autónomas da Adjaria (que declarou o estado de emergência), da Abcásia (autoproclamada independente) e da Ossétia do Sul (que se quer integrar na Rússia), as convulsões em Tbilissi são acompanhadas com expectativa.
As eleições gerais (legislativas e presidenciais) na Geórgia, prometidas para daqui a 45 dias, podem trazer surpresas.