Cinco paquistaneses libertados
Cinco paquistaneses presos pelos EUA na base de Guantanamo, em Cuba, por suspeita de ligações à Al’Qaeda ou aos talibãs, foram libertados no final da semana passada, informou a edição electrónica da BBC-News.
Os cinco homens integravam um grupo de cerca de 50 paquistaneses, capturados no Afeganistão quando lutavam contra as forças norte-americanas.
Segundo a BBC-News, que cita fontes oficiais paquistanesas, os homens libertados chegaram no fim-de-semana à capital do Paquistão, Islamabad, estando agora a ser interrogados pelos serviços secretos paquistaneses.
«Acreditamos que eles não têm qualquer relação com grupos militantes, mas queremos esclarecer eventuais dúvidas antes de os deixarmos ir para casa», disse uma fonte oficial à Associated Press. A mesma fonte acrescentou que estão a ser desenvolvidos esforços para a libertação de outros paquistaneses presos em Guantanamo.
Na base que os EUA mantém ilegalmente em Cuba estão ainda presas mais de 600 pessoas, de diversas nacionalidades, por suspeitas de ligações com a Al’Qaeda ou com os talibãs. Washington arroga-se o direito de manter esses «combatentes ilegais», como lhes chama, presos indefinidamente, sem julgamento e sem direito a qualquer defesa.
Mullah Omar apela ao boicote
Entretanto, no Afeganistão, o chefe espiritual dos talibãs, mullah Mohammad Omar, apelou ao boicote à Loya Jirga (Grande Assembleia Tradicional) e às futuras eleições no país, segundo um comunicado divulgado domingo pela agência Imprensa Islâmica Afegã (AIP) situada em Peshawar, no noroeste do Paquistão.
«Boicotem a comédia dos cruzados, montada por judeus e cristãos, numa Loya Jirga e em eleições», refere o texto, citado pela Lusa.
Segundo o líder talibã, o Afeganistão continua «sem representação democrática, nem liberdade». Em vez disso, afirma o mullah Omar, «os afegãos são mortos e a sua sociedade mergulha na mediocridade sob os golpes de uma campanha que visa calar a voz da Jihad (guerra santa) e eliminar os altos valores islâmicos».
A mensagem, que apela ainda aos afegãos para que «se unam contra as forças da ocupação» no Afeganistão, surge em véspera da reunião da Loya Jirga, marcada para 10 de Dezembro, em Cabul.
Fracasso dos EUA
Dois anos depois da intervenção norte-americana no Afeganistão, a situação no país é mais um exemplo do fracasso da política norte-americana, como ainda recentemente reconhecia o jornal The New York Times.
O governo de Hamid Karzai, instalado por Washington, está limitado à capital, Cabul, e a guerra continua no interior, sem que se saiba quem efectivamente a comanda: se a Al’Qaeda, se os talibãs ou os senhores da guerra. As bases norte-americanas são diariamente atacadas, e o número de baixas, segundo algumas fontes, ronda já a centena. A ONU suspendeu há dias os seus trabalhos humanitários no Sul e no Leste, depois de um ataque aos seus escritórios, em Kandahar, e da morte de uma funcionária francesa do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. A economia do país está destruída, bem como os serviços públicos essenciais, como a saúde, habitação e energia.
A única actividade que prosperou, ao lado da guerra, foi a do cultivo do ópio. O Afeganistão voltou a ser o primeiro produtor mundial desta droga.
Os cinco homens integravam um grupo de cerca de 50 paquistaneses, capturados no Afeganistão quando lutavam contra as forças norte-americanas.
Segundo a BBC-News, que cita fontes oficiais paquistanesas, os homens libertados chegaram no fim-de-semana à capital do Paquistão, Islamabad, estando agora a ser interrogados pelos serviços secretos paquistaneses.
«Acreditamos que eles não têm qualquer relação com grupos militantes, mas queremos esclarecer eventuais dúvidas antes de os deixarmos ir para casa», disse uma fonte oficial à Associated Press. A mesma fonte acrescentou que estão a ser desenvolvidos esforços para a libertação de outros paquistaneses presos em Guantanamo.
Na base que os EUA mantém ilegalmente em Cuba estão ainda presas mais de 600 pessoas, de diversas nacionalidades, por suspeitas de ligações com a Al’Qaeda ou com os talibãs. Washington arroga-se o direito de manter esses «combatentes ilegais», como lhes chama, presos indefinidamente, sem julgamento e sem direito a qualquer defesa.
Mullah Omar apela ao boicote
Entretanto, no Afeganistão, o chefe espiritual dos talibãs, mullah Mohammad Omar, apelou ao boicote à Loya Jirga (Grande Assembleia Tradicional) e às futuras eleições no país, segundo um comunicado divulgado domingo pela agência Imprensa Islâmica Afegã (AIP) situada em Peshawar, no noroeste do Paquistão.
«Boicotem a comédia dos cruzados, montada por judeus e cristãos, numa Loya Jirga e em eleições», refere o texto, citado pela Lusa.
Segundo o líder talibã, o Afeganistão continua «sem representação democrática, nem liberdade». Em vez disso, afirma o mullah Omar, «os afegãos são mortos e a sua sociedade mergulha na mediocridade sob os golpes de uma campanha que visa calar a voz da Jihad (guerra santa) e eliminar os altos valores islâmicos».
A mensagem, que apela ainda aos afegãos para que «se unam contra as forças da ocupação» no Afeganistão, surge em véspera da reunião da Loya Jirga, marcada para 10 de Dezembro, em Cabul.
Fracasso dos EUA
Dois anos depois da intervenção norte-americana no Afeganistão, a situação no país é mais um exemplo do fracasso da política norte-americana, como ainda recentemente reconhecia o jornal The New York Times.
O governo de Hamid Karzai, instalado por Washington, está limitado à capital, Cabul, e a guerra continua no interior, sem que se saiba quem efectivamente a comanda: se a Al’Qaeda, se os talibãs ou os senhores da guerra. As bases norte-americanas são diariamente atacadas, e o número de baixas, segundo algumas fontes, ronda já a centena. A ONU suspendeu há dias os seus trabalhos humanitários no Sul e no Leste, depois de um ataque aos seus escritórios, em Kandahar, e da morte de uma funcionária francesa do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados. A economia do país está destruída, bem como os serviços públicos essenciais, como a saúde, habitação e energia.
A única actividade que prosperou, ao lado da guerra, foi a do cultivo do ópio. O Afeganistão voltou a ser o primeiro produtor mundial desta droga.