Desemprego cresce em Santarém
O desemprego registado no distrito de Santarém aumentou 21 por cento num ano, denunciou o PCP numa iniciativa realizada em Abrantes no passado dia 10.
O desemprego joga um importante papel na retirada de direitos
A Comissão Concelhia de Abrantes e a Direcção da Organização Regional de Santarém do PCP realizaram conjuntamente uma iniciativa de análise e debate sobre a situação social no distrito. A acção, com o lema «Pelo emprego, pelo desenvolvimento», integrava-se na campanha nacional «Em movimento, por um Portugal com futuro», e realizou-se no passado dia 10 de Julho em Abrantes, com a participação de Sérgio Ribeiro, do Comité Central, e de Anselmo Dias.
Coube ao segundo a apresentação de um documento contendo análises estatísticas sobre o distrito, a partir de diversos dados oficiais. Com mais de 454 mil residentes, o distrito apresenta uma população envelhecida: para cada 100 crianças há 145 idosos, havendo porém concelhos em que esse valor ultrapassa os 200. Em Mação, situação mais extrema, essa relação é de 364 idosos por cada 100 crianças. O analfabetismo é muito elevado, lembrou Anselmo Dias, afirmando que seis concelhos apresentam taxas superiores a 15 por cento.
Relativamente à população activa, pouco mais de 200 mil pessoas (das quais cerca de 193 mil estão efectivamente empregadas), é maioritariamente constituída por trabalhadores por conta de outrem, 81 por cento. Segundo o Censos 2001, 59 por cento destes trabalhadores estão empregados no sector terciário, enquanto o secundário ocupa 33 por cento dos trabalhadores. A agricultura ocupa ainda 7 por cento do emprego no distrito, sobretudo graças à sub-região da Lezíria, que vê este sector ocupar mais de 10 por cento da sua população empregada. Também os salários auferidos estão abaixo dos praticados no País. Estes trabalhadores necessitavam de ter aumentos na ordem dos 16 por cento para auferirem salários equivalentes à média nacional e 52 por cento para igualarem os praticados em Lisboa, disse.
Desemprego como estratégia
Em Abril, estavam inscritos nos centros de emprego do distrito de Santarém cerca de 16 500 desempregados, o que, segundo testemunha Anselmo Dias, representa um aumento de 21 por cento relativamente ao ano anterior. Em contrapartida, lembra, nesses centros as «ofertas de emprego» não passavam nas 470. Ou seja, para cada «oferta» havia cerca de 35 desempregados inscritos. Entre estes, há um considerável número de trabalhadores intelectuais e cientistas, bem como de quadros intermédios. As mulheres são 60 por cento do total dos inscritos.
O dirigente comunista Sérgio Ribeiro, que participou no encontro, afirmou que o desemprego se transformou numa variável estratégica da chamada «globalização neoliberal». Com este «stock da força de trabalho», a retirada de direitos aos trabalhadores fica facilitada, lembrou.
Recordando que o trabalho é um direito garantido pela Constituição, Sérgio Ribeiro considera a Cimeira de Lisboa um momento decisivo no entender do emprego como «mercantilização da força de trabalho». Para o membro do CC, a ideia é criar emprego sem reduzir o desemprego, ou seja, trata-se de criar emprego na perspectiva patronal.
Coube ao segundo a apresentação de um documento contendo análises estatísticas sobre o distrito, a partir de diversos dados oficiais. Com mais de 454 mil residentes, o distrito apresenta uma população envelhecida: para cada 100 crianças há 145 idosos, havendo porém concelhos em que esse valor ultrapassa os 200. Em Mação, situação mais extrema, essa relação é de 364 idosos por cada 100 crianças. O analfabetismo é muito elevado, lembrou Anselmo Dias, afirmando que seis concelhos apresentam taxas superiores a 15 por cento.
Relativamente à população activa, pouco mais de 200 mil pessoas (das quais cerca de 193 mil estão efectivamente empregadas), é maioritariamente constituída por trabalhadores por conta de outrem, 81 por cento. Segundo o Censos 2001, 59 por cento destes trabalhadores estão empregados no sector terciário, enquanto o secundário ocupa 33 por cento dos trabalhadores. A agricultura ocupa ainda 7 por cento do emprego no distrito, sobretudo graças à sub-região da Lezíria, que vê este sector ocupar mais de 10 por cento da sua população empregada. Também os salários auferidos estão abaixo dos praticados no País. Estes trabalhadores necessitavam de ter aumentos na ordem dos 16 por cento para auferirem salários equivalentes à média nacional e 52 por cento para igualarem os praticados em Lisboa, disse.
Desemprego como estratégia
Em Abril, estavam inscritos nos centros de emprego do distrito de Santarém cerca de 16 500 desempregados, o que, segundo testemunha Anselmo Dias, representa um aumento de 21 por cento relativamente ao ano anterior. Em contrapartida, lembra, nesses centros as «ofertas de emprego» não passavam nas 470. Ou seja, para cada «oferta» havia cerca de 35 desempregados inscritos. Entre estes, há um considerável número de trabalhadores intelectuais e cientistas, bem como de quadros intermédios. As mulheres são 60 por cento do total dos inscritos.
O dirigente comunista Sérgio Ribeiro, que participou no encontro, afirmou que o desemprego se transformou numa variável estratégica da chamada «globalização neoliberal». Com este «stock da força de trabalho», a retirada de direitos aos trabalhadores fica facilitada, lembrou.
Recordando que o trabalho é um direito garantido pela Constituição, Sérgio Ribeiro considera a Cimeira de Lisboa um momento decisivo no entender do emprego como «mercantilização da força de trabalho». Para o membro do CC, a ideia é criar emprego sem reduzir o desemprego, ou seja, trata-se de criar emprego na perspectiva patronal.