Sindicato da UGT alinha com o patronato

A FESETE, federação dos sindicatos dos têxteis e calçado, acusa o Sindetex, da UGT, de ter negociado a perda de direitos dos trabalhadores do sector nas negociações para 2003.

Segundo a FESETE, filiada na CGTP, o Sindetex aproveitou as negociações em curso entre a federação e a confederação patronal para acordar acertos nas tabelas salariais no valor de 3,26 por cento, sem qualquer actualização no subsídio de alimentação. Para além disto, o sindicato da UGT alterou o regime de faltas e aceitou acabar com o pagamento dos dois meios dias para consultas médicas, dos dois dias de assistência inadiável e do dia para doação de sangue. Também o direito a férias foi alterado, «para que o futuro código laboral possa reduzi-las», afirma a FESETE.

«Quando a inflação em 2002 foi de 3,6 por cento e os aumentos dos preços dos bens essenciais estão a aumentar, alguns muito acima da inflação, o acordo do Sindetex/UGT de 3,26 por cento não repõe o poder de compra perdido com a inflação e não faz qualquer redistribuição dos ganhos de produtividade dos últimos anos», afirma a Federação, que considera «uma vergonha» a posição do sindicato filiado na UGT em alinhar com o Governo na tese da crise para de seguida «esmagarem os salários contratuais e limparem os poucos direitos que ainda restam no contrato».

A FESETE acha curioso que ao mesmo tempo que a UGT apoia o pacote laboral, o Governo vá pagar os salários do seu secretário-geral, com efeitos retroactivos desde 1997, referentes ao INETI, de onde João Proença foi requisitado. Na mesma linha de raciocínio, a FESETE questiona: «Quem são e quanto ganham os dirigentes do Sindetex que assinaram este acordo? Quem lhes paga?»

A federação dos sindicatos dos têxteis e calçado apela aos trabalhadores para que se unam e participem na manifestação do próximo sábado, dia 8, e promete prosseguir a luta por aumentos salariais dignos e pela defesa dos direitos ao nível de cada empresa.



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