Contrariar a campanha em curso
A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública vai mobilizar os trabalhadores do sector para a manifestação nacional da CGTP, marcada para o próximo dia 8. Esta foi uma das conclusões da reunião da coordenadora desta estrutura sindical, realizada no passado dia 10, onde foi anunciada também a realização de uma «semana de luta e de luto», entre os dias 27 e 31, que consta de acções como a colocação de duas mil faixas em todo o País, a realização de plenários e a distribuição de comunicados à população.
Com estas acções, a Frente Comum quer chamar a atenção para o momento difícil que os trabalhadores da administração pública atravessam, marcado por uma campanha em curso que ofende a sua dignidade profissional culpabilizando-os pelos resultados desastrosos em termos sociais, políticos e económicos de acções políticas da responsabilidade exclusiva dos sucessivos governos. «Em nome do sacrossanto cumprimento do pacto de estabilidade inventam-se alegados privilégios para os trabalhadores da Administração Pública como a “inventora” das promoções automáticas que não existem nem nunca existiram», afirmou a Frente Comum. Mordomias existem mas para os novos administradores hospitalares e gestores escolares, nomeados pelo Governo para estes cargos no seguimento da entrega de importantes funções sociais do Estado ao poder económico.
A estrutura sindical repudiou ainda o pacote laboral e afastou as tentativas de passar um retrato falseado de que essa legislação não se aplicará aos trabalhadores da Administração Pública. Isto não é verdade, afirma a Frente, até por que «se assistem a decisões que, na prática, consubstanciam na sua filosofia extrema a tentativa de aplicação desse mesmo pacote».
A estrutura sindical vê igualmente com preocupação o atraso verificado no processo negocial anual, que já deveria estar concluído e que terá o seu início previsto para amanhã.
«Prosseguir o esclarecimento, a mobilização e a luta são os passos imediatos dos trabalhadores da Administração Pública, apontados pela Frente Comum, para defesa da sua dignidade pessoal e profissional, dos seus direitos socio-profissionais, dos próprios serviços públicos e das funções sociais do Estado.»