Sem segurança marítima
Portugal é o país da União Europeia mais atrasado na aplicação de um sistema integrado de segurança marítimo-portuária, alertou anteontem a União dos Sindicatos do Algarve.
Numa conferência de imprensa, realizada em Faro, um dirigente do Sindicato dos Capitães e Oficiais da Marinha Mercante, denunciou «uma ausência total de eficácia na prevenção e combate das consequências de um acidente marítimo». Graco Trindade, sublinhando que «os acidentes marítimos acarretam custos sociais incalculáveis para a generalidade da população e sobretudo para os trabalhadores que dependem das actividades ligadas ao mar, como a pesca», reclamou do Governo a criação urgente de um organismo nacional de segurança marítima e portuária, que integre todas as valências da segurança. Deve ser garantida a coordenação e articulação dos meios civis e militares, navais e aéreos, e a implementação do Sistema de Controlo de Tráfego Marítimo (VTS) na costa portuguesa.
A USAL/CGTP defendeu ainda: o afastamento dos Esquemas de Separação de Tráfego Marítimo para uma distância mínima de 20 milhas da costa e a inspecção técnica obrigatória a todos os navios estrangeiros que escalam os portos portugueses; a dotação de um rebocador de potência adequada, equipado com meios de combate à poluição, a estacionar num porto do Algarve em estado de prontidão permanente para apoio à navegação.