Cerca de meia centena de pessoas participaram, no dia 27 de Janeiro, em Évora, numa audição pública sobre os problemas da Cultura, com a participação estruturas, agentes culturais e criadores artísticos do distrito. A iniciativa – moderada por Gil Porto, membro da Organização Concelhia de Montemor-o-Novo do PCP – contou com as intervenções de Alma Rivera, primeira candidata pelo círculo eleitoral de Évora, Carlos Pinto de Sá e António Gavela, da Organização Regional de Évora do PCP.

Nas várias intervenções proferidas teceram-se fortes críticas à política cultural de direita dos governos PSD e CDS e dos governos do PS, que colocam em causa a democratização cultural no que se refere ao acesso generalizado das populações à criação e à fruição dos bens e actividades culturais e não criou as condições para que as estruturas, os agentes culturais e os criadores possam desenvolver dignamente a sua actividade cultural e artística.

Foi igualmente referido que o distrito de Évora e o Alentejo são territórios de Cultura, com uma forte identidade, onde há uma intensa actividade cultural e artística protagonizada pelos agentes culturais, criadores e onde o movimento associativo popular tem um papel muito activo.

Por outro lado, salientou-se que o subfinanciamento da Cultura, por parte do Governo do PS, impede que muitas estruturas e criadores concretizem projectos, pondo a sua sobrevivência em causa, a qual é marcada pela precariedade dos trabalhadores da cultura. Denunciada foi ainda a crescente desresponsabilização do Executivo PS, face à cultura e ao património, de que são exemplos a recente reestruturação de estruturas regionais, como a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, que foi integrada na CCDRA, o que traduz a maior perda de competências do distrito, neste domínio, desde o 25 de Abril.

Alma Rivera referiu que a conquista de Évora Capital Europeia da Cultura 2027 é um forte incentivo para que se lute pela Cultura no Alentejo e que a CDU está e estará com esta luta que visa igualmente a instituição de um Serviço Público de Cultura e a dotação do Orçamento do Estado com 1% para a Cultura.