É preciso dar voz ao povo e convocar eleições na Madeira
Na sexta-feira, 2, o Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo, esteve na ilha da Madeira, onde Sílvia Vasconcelos é a primeira candidata da CDU às legislativas de 10 de Março.
Existem graves problemas económicos e sociais por resolver na Madeira
O périplo iniciou-se com uma acção no Hospital Dr. Nélio Mendonça, Funchal, onde Paulo Raimundo realçou a necessidade de «valorizar» os profissionais do Serviço Regional de Saúde, até porque sem eles não é possível assegurar a prestação de cuidados aos utentes. Entre outras medidas, destacou a necessidade de contratação de profissionais motivados e devidamente valorizados.
Ali, interrogado pelos jornalistas, o Secretário-Geral do PCP insistiu na necessidade de serem convocadas eleições antecipadas na Madeira, na sequência da crise desencadeada pela investigação de suspeitas de corrupção activa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagens, abuso de poderes e tráfico de influência, que atingiu o Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, constituído arguido.Foram entretanto detidos o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que já renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal accionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia. Na segunda-feira, 5, a exoneração do presidente do Executivo foi formalmente aceite pelo representante da República.
Mais tarde, junto às instalações da RTP/Madeira, Paulo Raimundo defendeu o fim da precariedade naquela empresa pública. São trabalhadores que desempenham funções permanentes, e que por isso devem ter um vínculo efectivo e estável com a RTP. Segundo foi relatado, há também carência de trabalhadores, o que leva a elevados ritmos de trabalho.
O dia terminou com uma sessão pública, realizada no Centro de Trabalho do PCP no Funchal, com Sílvia Vasconcelos e Francisco Simões, mandatário da candidatura da CDU. Uma das ideias centrais desenvolvidas é que não é de agora que o governação na Madeira exerce o poder ao serviço dos interesses dos maiores grupos económicos e financeiros. Há décadas que persiste uma vasta rede tentacular ao serviço de clientelas, com uma governação que tem sistematicamente optado por garantir as negociatas das empresas sob a sua imoral protecção.
Paulo Raimundo ressalvou que o PCP trava, há muitos anos, uma batalha consistente contra a promiscuidade entre o poder político e os interesses económicos, lutando contra a corrupção e suas causas, como evidenciado pelas moções de censura em 2008, 2009, 2011 e 2016.
Compromisso com os trabalhadores
No dia 31 de Janeiro, a CDU recebeu a União dos Sindicatos da Madeira, a quem transmitiu a vontade de continuar a lutar pelos direitos de quem trabalha, dando respostas às dificuldades sociais e económicas dos madeirenses e porto-santenses, que têm na insularidade uma agravante ao seu custo de vida.
A CDU avançou com a necessidade de, na Assembleia da República, «travar» e «reverter» os sucessivos atentados à Lei Laboral; dignificar o trabalho e quem trabalha; melhorar os rendimentos dos trabalhadores; mobilizar novos e mais instrumentos que fomentem a negociação colectiva e da conciliação e equilíbrio entre a vida profissional, familiar e pessoal de quem trabalha.