Longas filas nos centros de saúde devem-se à falta de médicos
No âmbito da campanha «Viver melhor na nossa terra», o Secretário-Geral do PCP esteve no Centro de Saúde da Baixa da Banheira, Moita, onde faltam 14 médicos e oito enfermeiros. Resultado: 20 mil utentes não têm médico de família.
PCP condena «intransigência, prepotência e chantagem» do Governo
Segunda-feira, passavam poucos minutos das 7h00 quando Paulo Raimundo chegou junto de uma longa fila de utentes [situação que se repete todos os dias, faça chuva ou frio] que aguardava por uma consulta, muitas vezes sem conseguirem, sendo obrigados a repetir o procedimento. A visita foi acompanhada por, entre outros dirigentes do Partido, por Armindo Miranda, da Comissão Política, e João Pauzinho, do Comité Central.
Com 25 senhas disponíveis para aquele dia, a primeira pessoa, que precisava de uma consulta de urgência,chegou à 1h00. A segunda – que recentemente passou por um doloroso tratamento de cancro – marcou presença 10 minutos depois para renovar a baixa médica, uma vez que está «à espera de ser operada a um ombro há mais de um ano». A todos, o Secretário-geral do PCP deixou uma mensagem de esperança, sublinhando que é preciso continua a lutar pela defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Como explicou José Manuel Fernandes, da Comissão de Utentes da Saúde da Baixa da Banheira, esta situação tem vindo a agravar-se desde Julho de 2022, quando seis médicos deixaram de prestar serviço, aumentando o número de pessoas sem médico de família: cerca de 20 mil. Destes, a maior parte são idosos e já ocorreram mortes por falta de acompanhamento clínico.
Aos jornalistas, Paulo Raimundo lembrou que aquela «é uma triste repetição da realidade» que tem vindo a observar nas diversas acções em que tem participado um pouco por todo o País. A solução passa por «fixar mais médicos no SNS», uma «questão fundamental» que «está para além do problema das urgências. Basta olhar para esta fila e para esta realidade», destacou.
Interrogado sobre as negociações entre os médicos e o Governo, o Secretário-geral do PCP acusou a tutela de manter «uma atitude de intransigência, prepotência e chantagem» ao longo dos últimos 16 meses. O Executivo PS «pode fazer a pressão que quiser que não vai criar fracturas entre os médicos e os enfermeiros com os utentes», assegurou.