Faleceu Margarida Tengarrinha
O Secretariado do Comité Central do PCP informou, dia 26, «com profundo pesar», que faleceu Maria Margarida Carmo Tengarrinha. «Nascida a 7 de Maio de 1928 em Portimão, Margarida Tengarrinha, desde jovem, participou nas lutas estudantis de 1949 e 1954 em Lisboa, tendo sido membro da Direcção Universitária do MUD Juvenil. Participou nas Exposições Gerais de Artes Plásticas, tendo sido expulsa da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa – ESBAL pelo papel desempenhado na direcção da luta pela Paz, aquando da reunião da NATO em Lisboa em 1952.»
No texto, o Partido acrescenta que Margarida Tengarrinha «participou no Congresso Mundial de Mulheres realizado em Copenhaga, em 1953, e em 1963 em Moscovo». Militante do PCP desde 1952, então com 24 anos, «passou à clandestinidade em finais de 1954. A sua primeira tarefa foi então a criação, com José Dias Coelho (seu companheiro), da “oficina” de produção de documentos de identificação e outros necessários à intervenção clandestina do Partido. Em 1962, após o assassinato de José Dias Coelho (em Dezembro de 1961), Margarida Tengarrinha foi para o exterior tendo exercido tarefas na «Rádio Portugal Livre». Em 1968 regressa a Portugal, tendo participado na redacção do «Avante!» e do jornal «A Terra». Foi responsável pelos organismos do Trabalho Camponês da Organização do Norte e posteriormente de Lisboa.»
Margarida Tengarrinha foi «membro do Comité Central do PCP desde Maio de 1974 até 1988. Após o 25 de Abril de 1974 foi membro da Direcção da Organização Regional de Lisboa, integrou a Comissão para o Trabalho com os Pequenos e Médios Agricultores e a Comissão para a Reforma Agrária. Desde 1986 a viver em Portimão, integrou a Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP», prossegue-se na nota publicada no sítio da Internet, antes de se detalhar que «foi deputada à Assembleia da República nas III e IV legislaturas» e que «integrava actualmente a Presidência do Conselho Português para a Paz e Cooperação.»
«Ao longo dos anos, Margarida Tengarrinha publicou diversos livros sobre pintura, cultura popular e sobre a sua experiência e intervenção enquanto funcionária do PCP. Tem também uma vasta obra de artes plásticas. Foi professora na Universidade Sénior de Portimão onde leccionava História das Artes. Margarida Tengarrinha teve uma vida inteiramente dedicada à luta e intervenção pela emancipação dos povos, pela democracia, o progresso social, a paz e o socialismo», conclui-se.