Demagogia não responde aos trabalhadores da GALP
«O Governo continua a cavalgar a demagogia da transição justa, mas o problema principal continua a ser a falta de respostas aos trabalhadores», protestou anteontem, dia 26, a CCT da Petrogal.
A formação é apenas para 15 trabalhadores e sem garantia de emprego
Num comunicado, a Comissão Central de Trabalhadores da maior empresa do Grupo GALP Energia assinalou ainda «os postos de trabalho que continuam a ser destruídos».
A propósito de se ter iniciado uma formação, para maquinistas de comboio, abrangendo 15 trabalhadores despedidos da refinaria do Porto, em 2021 – um arranque, no dia 14,com direito a visita de secretário de Estado e declarações entusiasmadas com a «transição justa» – a CCT observou que, da conversa do governante, «percebeu-se que ainda não há colocação garantida» para os 15 formandos, o que «significa continuação no desemprego».
Ou seja, «em dois anos, de cinco mil postos de trabalho perdidos, arranjou-se formação para 15 trabalhadores sem garantia de emprego», o que constitui«um exemplo fenomenal da incapacidade do Governo e de todas as mentiras contadas», na tentativa de justificar o encerramento da refinaria em Matosinhos.
«E todos os outros trabalhadores?» Na interrogação, a CCT inclui «os dos prestadores de serviços, a que o Governo perdeu o rasto; aqueles que foram empurrados pela empresa para rescisões por “mútuo acordo” e que estão desempregados ou subempregados; aqueles que foram alvo do despedimento colectivo e continuam desempregados ou subempregados e cujo subsídio de desemprego acabou a 15 deste mês».
Na destruição de postos de trabalho, directamente relacionada com o fecho da refinaria do Porto, a CCT refere o caso da Indorama, em Sines (que aqui tratamos nesta edição). «Esta fábrica usa como principal matéria-prima o para-xileno, que era produzido na refinaria encerrada, e, se esta continuasse a trabalhar, seria uma das tábuas de salvação dos trabalhadores agora em risco».
Novos investimentos em Sines
«A refinaria de Sines tem futuro!» - assim se congratulou a CCT, no dia 25, perante o anúncio da decisão final da administração da GALP, de avançar ali com investimentos que a estrutura representativa dos trabalhadores «há muito reclama como essenciais» no plano da descarbonização.
Da administração a CCT espera que, «de uma vez por todas, assuma as suas responsabilidades sociais no que toca à resolução dos problemas criados a todos os trabalhadores afectados com o fecho da refinaria do Porto». Relembra ainda que «projectos ligados à exploração petrolífera e do gás natural, por diversas áreas geográficas», são «fundamentais para o desenvolvimento da empresa e do País»e «devem ter a atenção necessária para a sua continuação ou o seu desenvolvimento».