PSD, PS, CDS e JPP são cúmplices dos que lucram com a especulação
Domingo, a CDU contactou com a população junto aos mercados da Ribeira Brava e do Estreito de Câmara de Lobos, na Madeira, afirmando que é possível implementar uma política regional para travar a especulação de preços.
«O empobrecimento das famílias é uma evidência»
«Cada dia que passa é mais difícil para quem vive do seu salário e da sua reforma. A perda de poder de compra e o empobrecimento das famílias, mesmo as da designada classe média, é uma evidência, transformando num drama o dia a dia de milhares de madeirenses», salientou Ricardo Lume, segundo na lista da CDU às Eleições Regionais de 2023, que se vão realizar a 24 de Setembro.
O também deputado na Assembleia Legislativa da Madeira acusou, de seguida, o Governo Regional, bem como o PSD, PS, CDS e JPP, de serem «coniventes» com as «práticas de especulação», quando «inviabilizaram» as propostas apresentadas pelo PCP na Assembleia Regional com o objectivo de «combater a especulação e fixar preços máximos em bens essenciais». Estas propostas defendiam, por exemplo, que «se fizesse uso dos poderes autonómicos para defender os madeirenses e porto-santenses», reforçou.
Ricardo Lume terminou assegurando que «não estamos condenados à política de exploração e empobrecimento promovida pelo PSD e CDS», e que, nesta matéria, «têm como cúmplices o PS e JPP», sendo possível «uma política alternativa que coloque os poderes autonómicos ao serviço dos trabalhadores e do povo».
Defender os direitos dos trabalhadores
No dia seguinte, 24, Paula Santos, líder parlamentar do PCP na Assembleia da República, integrou a jornada realizada pela CDU sobre os direitos dos trabalhadores. Edgar Silva, cabeça de lista às próximas eleições, acentuou que «são os eleitos da CDU quem mais defende os trabalhadores» e que «nenhuma outra força se compara à CDU na continuada e consequente intervenção política quando está em causa a conquista de direitos dos trabalhadores». Nesta jornada participaram também Ricardo Lume e Herlanda Amado (4.ª na lista), em iniciativas que decorreram junto dos trabalhadores da Administração Local, com os trabalhadores da empresa Horários do Funchal e junto das instalações da RTP com os trabalhadores precários. Tiveram ainda lugar encontros com dirigentes e activistas sindicais da Região Autónoma da Madeira.
Elevado preço das viagens aéreas na Madeira
Só a subserviência de PS e PSD às grandes companhias aéreas justifica a manutenção dos preços elevados das viagens entre a Região Autónoma da Madeira e o resto do País, denuncia a CDU, que desenvolveu uma intensa acção política sobre esta questão. Numa acção realizada no próprio Aeroporto da Madeira, dia 19, Edgar Silva lembrou que precisamente quatro anos antes foi aprovada por unanimidade a lei que alterava o subsídio social de mobilidade, «com a tão esperada melhoria no acesso das populações residentes na Região a viagens com preços mais acessíveis». Acontece que, fruto de um «arranjinho» entre o PSD e o PS, a sua aplicação ficou adiada.
O coordenador regional do PCP, e primeiro candidato da CDU às eleições para a Assembleia Legislativa Regional, acusou aqueles dois partidos de se terem rendido «aos argumentos dos grupos económicos, impedindo a aplicação da Lei». A sua cedência às companhias aéreas, acrescentou, penaliza as populações.
Para a CDU, esta batalha política pela «necessária e justa alteração ao Subsídio Social de Mobilidade não pode deixar de ser intensificada. Temos que lutar para melhorar radicalmente a actual situação de injustiça e fazer com que as medidas já aprovadas passem do papel à prática».
No dia anterior, numa sessão realizada no centro do Funchal, Bruno Dias, deputado do PCP na Assembleia da República, juntou-se aos eleitos, candidatos e activistas da CDU na região para debater precisamente esta questão. Para o deputado comunista, «são inaceitáveis os custos das viagens de avião para quem reside na Madeira, sempre que é necessária uma deslocação para o continente». Os responsáveis, acrescentou, são os governos da República e da Região, do PS e do PSD.
Entretanto, na Assembleia da República, o Partido interpelou o Governo sobre o Subsídio Social de Mobilidade no transporte aéreo entre Portugal Continental e as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.