Dar mais força a quem trabalha e luta

No âmbito da campanha Mais Força aos Trabalhadores, Paulo Raimundo esteve em contacto, no dia 13, com as trabalhadoras da Huber Tricot, empresa de Santa Maria da Feira. A necessidade de valorizar quem produz foi o tema em destaque.

A luta e as suas conquistas são essenciais para valorizar quem produz

A acção nacional Mais Força aos Trabalhadores tem mobilizado o Partido, pelo País inteiro, numa campanha de contacto com trabalhadores em empresas de diversos sectores. Culminará na iniciativa nacional Em luta, mais força aos trabalhadores, que se realizará a 27 de Maio, em Almada.

No entanto, e até lá, para além de todo o colectivo partidário, também o Secretário-geral do PCP tem demonstrado apoio e solidariedade aos que lutam, auscultado problemas e apresentado em muitos locais de trabalho as propostas do Partido. Foi o que fez uma vez mais no dia 13 na visita que realizou à Huber Tricot, uma empresa de roupa interior pertencente a uma multinacional austríaca, onde laboram sobretudo mulheres.

 

Lutar vale a pena

A distribuição à porta da empresa realizou-se à hora de almoço. Entre os vários militantes que acompanharam Paulo Raimundo estavam Octávio Augusto, da Comissão Política, e outros membros da Direcção da Organização Regional de Aveiro. Para além dos blocos de documentos prontos a serem distribuídos, fizeram-se acompanhar de vários exemplares do Avante! para venda, bandeiras e um carro de som.

As trabalhadoras não estranharam a sua presença. Aliás, muitos dos militantes eram já caras conhecidas de quem entrava e saía da empresa. Assim o confirmou Fátima, uma das trabalhadoras da Huber Tricot e membro da Comissão Sindical do Sindicato Têxtil de Aveiro, em declarações ao Avante!: «já é habitual estarem aqui. Trazem documentos informativos e quando há luta costumam vir cá para dar apoio. Para já, que eu tenha conhecimento, em 26 anos de casa, este é o único partido que nos costuma apoiar de alguma forma».

Fátima trabalha há quase três décadas na empresa. Susana, que também conversou com o Avante!, trabalha lá desde os seus 13 anos. Ambas são costureiras especializadas, mas recebem apenas dez euros a mais que o SMN. «Os tempos aqui não têm sido fáceis. O salário e o subsídio de alimentação são muito baixos», indicaram. Tudo o que conquistaram até agora «foi com luta» e sem ela «nada se faz».

Foi assim com o aumento de dez euros ou com o aumento do subsídio de alimentação de 2,40 para 2,60 e, posteriormente, para 3,50 euros. Foi assim também com o apoio à deslocação atribuído pela empresa: através da luta foi uniformizado, alargado a todas as trabalhadoras e deixou de requerer a apresentação de um passe de transportes públicos.

 

Solidariedade e apoio

«Estas trabalhadoras estão a exigir aquilo que é fundamental e que é uma exigência de todos os que trabalham: o aumento dos salários e melhores condições de vida», salientou Paulo Raimundo em declarações à imprensa, acrescentando que «a cada passo que dão nesse sentido, estão a valorizar as suas condições de vida, mas também a combater uma injustiça que alastra no País».

«Estas trabalhadoras têm de ser valorizadas porque são elas que produzem a riqueza. Temos a nossa roupa vestida e o calçado calçado, isto não cai do céu. Quem faz isto são estas trabalhadoras e os trabalhadores deste sector. É por isso que precisam de ser reconhecidas», insistiu ainda.

«Mesmo estas medidas [do Governo] – atrasadas, insuficientes e limitadas – só foram possíveis porque as pessoas saíram à rua, se organizaram e lutaram. E era isso que, com determinação e grande confiança, queríamos sublinhar junto destas trabalhadoras da Huber Tricot», concluiu.

 



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