«Mais força aos trabalhadores» nas empresas e locais de trabalho

O PCP voltou a pro­mover, a se­mana pas­sada, uma jor­nada de con­tactos junto dos tra­ba­lha­dores, em de­zenas de em­presas e lo­cais de tra­balho, de Norte a Sul do País.

Sa­lá­rios, ho­rá­rios dignos, di­reitos estão entre as prin­ci­pais exi­gên­cias

Sob o lema «Mais força aos tra­ba­lha­dores», terça-feira, 4, as ini­ci­a­tivas foram con­vo­cadas com o ob­jec­tivos de es­cla­recer e mo­bi­lizar quem produz e cria a ri­queza, para a ne­ces­si­dade de exigir me­lhores sa­lá­rios, ho­rá­rios dignos, di­reitos e con­di­ções de tra­balho.

Entre as rei­vin­di­ca­ções que o Par­tido pre­tende que sejam as­su­midas como ob­jec­tivos ime­di­atos pelas massas la­bo­ri­osas, estão, também, o au­mento do valor do sub­sídio de re­feição, a in­te­gração de tra­ba­lha­dores sub­con­tra­tados, o fim da pre­ca­ri­e­dade, a va­lo­ri­zação das car­reiras ou a de­fesa da con­tra­tação co­lec­tiva.

No Porto, além de con­tactos re­a­li­zados com tra­ba­lha­dores da STCP e NOS, a Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do PCP pro­moveu, dia 5, um des­file que partiu, ao final da tarde, da Praça da Ba­talha, e cul­minou com uma in­ter­venção em que Jaime Toga, da Co­missão Po­lí­tica, lem­brou que «en­quanto nós an­damos a contar os tos­tões para ver se chegam até ao fim do mês, os lu­cros dos 24 prin­ci­pais grupos eco­nó­micos do País au­men­taram 45% no ano pas­sado. São mais de 20 mi­lhões de euros de lu­cros por dia à custa do tra­balho, à custa do saber, da de­di­cação e em­penho dos tra­ba­lha­dores».

«São os tra­ba­lha­dores quem produz a ri­queza no nosso País. Então se é assim, é pre­ciso au­mentar sa­lá­rios, dis­tri­buindo-a [me­lhor]», acres­centou o di­ri­gente co­mu­nista, que lem­brou, ainda, que «com a uni­dade, or­ga­ni­zação e luta avan­çamos na exi­gência de po­lí­ticas para pôr fim à pre­ca­ri­e­dade, para va­lo­rizar sa­lá­rios e car­reiras», sendo, esta, «a luta que temos pela frente em cada um dos sec­tores e em­presas».


De Norte a Sul

No Al­garve, os co­mu­nistas di­ri­giram-se aos tra­ba­lha­dores da CME, da ALGAR, do Porto de Lagos e do Ae­ro­porto de Faro, ao passo que em Bra­gança, o Par­tido apro­veitou a oca­sião para voltar a de­nun­ciar a si­tu­ação em que se en­con­tram 20 tra­ba­lha­dores que prestam ser­viço na Re­sí­duos do Nor­deste, sub­con­tra­tados a uma outra de alu­guer de mão-de-obra.

No Parque Am­bi­ental de Ur­jais, em Mi­ran­dela, o PCP rei­terou a pro­posta de re­gu­la­ri­zação dos vín­culos da­queles, o que su­ce­derá se e quando os mu­ni­cí­pios vo­tarem a pro­posta nesse sen­tido em as­sem­bleia da em­presa in­ter­mu­ni­cipal.

Em Coimbra, a jor­nada de­correu in­te­grada no pé­riplo que os de­pu­tados do PCP no Par­la­mento Eu­ropeu cum­priam no dis­trito (ver pá­gina 20), ao passo que em Lisboa re­a­li­zaram-se con­tactos e dis­tri­bui­ções nos hos­pi­tais Be­a­triz Ângelo e São José, na Câ­mara Mu­ni­cipal de Lisboa, Ape­a­deiro 2020, Al­tice, Sci­en­ce4you, BA Vidro, Ae­ro­porto de Lisboa, Janz, Ac­cen­ture, DHL/​Au­chan e Randstad.

Já em Se­túbal, o dia de con­tactos no âm­bito da acção na­ci­onal «Mais força aos tra­ba­lha­dores», fez-se sentir no Pingo Doce, BorgWarner (ex-Delphi) e no Parque In­dus­trial da Au­to­eu­ropa, en­quanto que na Ma­deira, a or­ga­ni­zação local do PCP levou aos tra­ba­lha­dores da em­presa de trans­portes Ho­rá­rios do Fun­chal, da Tec­novia, da Câ­mara Mu­ni­cipal do Fun­chal e do Parque In­dus­trial da Can­cela, as pro­postas ge­rais, mas também al­gumas es­pe­cí­ficas para a Re­gião Au­tó­noma, tais como um au­mento mí­nimo de 120 euros, as­se­gurar a todos o Sub­sídio de in­su­la­ri­dade, a cri­ação de um plano de com­bate à pre­ca­ri­e­dade la­boral e contra o uso abu­sivo dos pro­gramas de ocu­pação de de­sem­pre­gados.

Ini­ci­a­tivas se­me­lhantes de­cor­reram em Aveiro (Ya­saki Sal­tano), Beja (So­mincor, Al­mina), Braga (Me­ta­lúr­gica São Roque), Évora (na obra do Novo Hos­pital de Évora), Guarda (Co­ficab), Leiria (Crisal), Li­toral Alen­te­jano (Pe­trogal e pes­ca­dores do Porto de Sines), San­tarém (CTR), e Viseu (BROSE).

Em Vila Real, o Par­tido foi junto dos tra­ba­lha­dores do Ca­sino de Chaves, em luta por me­lhores sa­lá­rios, pela ne­go­ci­ação do acordo de em­presa e o cum­pri­mento da con­tra­tação co­lec­tiva. Em Viana do Cas­telo, os co­mu­nistas di­ri­giram-se aos que la­boram na Mephisto, isto de­pois de dias antes terem es­tado com os tra­ba­lha­dores dos Es­ta­leiros Na­vais, que pre­tendem ver só seus sa­lá­rios va­lo­ri­zados e a con­tra­tação dos 400 tra­ba­lha­dores pro­me­tidos aquando da pri­va­ti­zação.



Mais artigos de: PCP

Apoiar MPME é determinante para travar gula monopolista

É para micro, pe­quenas e mé­dias em­presas (MPME) que devem ser ca­na­li­zados os apoios e in­ves­ti­mentos pú­blicos, mas essa não tem sido a opção do Go­verno PS, do PSD, da IL e do Chega, acusou Paulo Rai­mundo.

PCP bate-se pelo direito à mobilidade

Nos dis­tritos de Braga e de Viana do Cas­telo, as or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais do PCP re­a­firmam po­si­ções em de­fesa do di­reito à mo­bi­li­dade da po­pu­lação de ambas as re­giões mi­nhotas. O mesmo que faz, aliás, em todo o País.

AE são de estudantes não são dos directores

«As di­rec­ções es­co­lares não devem ser agentes de im­pe­di­mento da von­tade de­mo­crá­tica dos es­tu­dantes», su­blinha o PCP, a pro­pó­sito da ten­ta­tiva de de­missão da di­recção da As­so­ci­ação de Es­tu­dantes da Es­cola Se­cun­dária do Bo­cage (ESB).

Direitos em trabalho nocturno e por turnos

Está agendado para o próximo dia 28 de Abril o projecto de lei do PCP que Reforça os direitos dos trabalhadores no regime de trabalho nocturno e por turnos. São hoje na ordem das centenas de milhares os trabalhadores no nosso País cujo quotidian é marcado por horários desregulados, pelo ritmo fortemente desgastante do...

Precariedade denunciada no Porto

Trabalhadores que são despedidos no final do ano lectivo e contratados no início do seguinte, ou nas pausas do Natal e Páscoa; com horários entre uma hora e meia a três por jornada, obrigando-os a laborar períodos sem remuneração; cujas carreiras não são respeitadas – esta é a realidade em...

Não ter medo de tomar Partido

«Não devemos ter medo de ser nós próprios até porque ser comunista também faz parte do carácter de uma pessoa», afirma Delmira. Já Rogério explica que os estigmas que, por vezes, colocam sobre os militantes do Partido não têm razão de ser, especialmente «quando nós próprios somos...

Jornalismo ou televendas?

Temos passado os últimos dias com o foco mediático centrado na TAP e na comissão parlamentar de inquérito, em que tem abundado o ruído, para gáudio dos que anseiam pela reprivatização da companhia aérea e de quem se prepara para a receber, ao fazer contas de subtrair ao montante que terá a pagar por ela. O BE, de quem...