Um PCP mais forte para desenvolver Castelo Branco
Na 12.ª Assembleia da Organização Regional de Castelo Branco, realizada no sábado, dia 3, na Covilhã, foram identificados problemas e suas causas, valorizando potencialidades, propostas e determinação.
Com deficiências a ultrapassar, há potencialidades de crescimento do Partido
A assembleia decorreu durante a tarde, no auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior, com a participação de sete dezenas de delegados e muitos convidados, sob o lema «Tomar iniciativa, Reforçar o Partido, Lutar pelo desenvolvimento do distrito», e contou com a presença do Secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, que interveio no encerramento.
Da mesa que dirigiu os trabalhos fizeram parte Luísa Araújo, da Comissão Central de Controlo do PCP, e Alexandre Araújo, do Secretariado do Comité Central.
Além de, nas 22 intervenções produzidas na assembleia, culminarem a discussão, iniciada há alguns meses, da proposta de Resolução Política – que foi sujeita a mais algumas alterações e aprovada por unanimidade –, os delegados elegeram, em sessão reservada e também com votação unânime, a Direcção da Organização Regional de Castelo Branco para o próximo mandato. Dos 24 membros, seis não faziam antes parte da DORCB.
Um papel determinante
Na intervenção de abertura, Vladimiro Vale, membro da Comissão Política do Comité Central do Partido, responsável pela Organização Regional de Castelo Branco, abordou a situação do distrito e a acção do PCP, desde a anterior assembleia (5 de Abril de 2019). Realçou que o Partido «teve um papel determinante em defesa dos trabalhadores, na denúncia e combate à exploração e à precariedade laboral». Detalhou, com vários exemplos, como «onde houve luta e necessidade de solidariedade, lá esteve o PCP».
Na caracterização do distrito, assinalou que «o défice demográfico não devia ser uma fatalidade, mas é uma dura realidade». «Em termos económicos, o distrito aumentou o seu afastamento face à média nacional», «os salários baixos são a norma», «continua a perder postos de trabalho e emprego», «a precariedade é uma chaga que progride» e «o desemprego continua a ter um forte impacto».
Antes de destacar as principais direcções na acção futura da organização do PCP no distrito, Vladimir Vale afirmou que, «apesar das deficiências identificadas e que importa ultrapassar», há «reais potencialidades de crescimento do Partido».
Na Resolução Política, onde se declara que «o reforço da organização e da intervenção do Partido deve ser uma prioridade», ficou definida uma meta de 40 novos militantes, a recrutar até à próxima assembleia (desde o início de 2019, houve 31 recrutamentos), a par de medidas para aumentar a estruturação nos locais de trabalho e nas freguesias, elevar a militância e responsabilizar mais 50 militantes por tarefas regulares.
O conhecimento de factos e sentimentos e a capacidade de unir, organizar e intervir foram patentes em muitas das intervenções de delegados, tanto em concelhos (como Idanha-a-Nova, Fundão, Covilhã – incluindo as freguesias do Tortosendo e da Boidobra –, Proença-a-Nova, como entre os reformados e pensionistas ou a juventude e os estudantes; nas áreas da agricultura, da defesa do ambiente (e na denúncia de projectos predadores), da mobilidade e transportes (desde o combate contra as portagens na A23 e na A35, até à exigência de efectivo acesso às comunicações electrónicas); na educação e na saúde, na produção e fruição culturais, na protecção civil (com particular atenção à tragédia dos mais recentes incêndios na Serra da Estrela); nas lutas de massas, especialmente de trabalhadores organizados nos sindicatos da CGTP-IN e na sua estrutura distrital.
«Também temos muita força!»
«Temos problemas, temos dificuldades, mas também temos muita força, muita vontade e muita determinação», disse Paulo Raimundo, na intervenção de encerramento da 12.ª Assembleia da ORCB.
Durante cerca de 20 minutos, o Secretário-geral do PCP abordou a situação política, fazendo várias referências a matérias referidas em intervenções de delegados, salientando que a assembleia, «perante os apelos ao individualismo e ao conformismo, que vamos ouvindo todos os dias, afirma a disponibilidade e vontade de ir mais para os trabalhadores e as populações e com eles agir, intervir, na luta por uma vida melhor».
«Temos o dever, a obrigação de levar a assembleia lá para fora, cumprindo as suas conclusões», apelou, concretizando:
– «Vamos à conversa, vamos ao esclarecimento, vamos ao convencimento, vamos à iniciativa. Vamos somar mais e mais força e, naturalmente, ganhar mais gente para o nosso Partido e recrutá-los. Vamos integrá-los no nosso trabalho, dar-lhes tarefas, responsabilizá-los também por este intenso trabalho de contacto que temos pela frente»;
– «Façamos, das injustiças a que estamos sujeitos, força para lutar», «pela construção de uma vida melhor, a que todos temos direito»; uma luta «pelos direitos, como foi a dos trabalhadores das empresas de lanifícios» na Covilhã, «pelo desenvolvimento, como é a luta contra as portagens na A23 e A25», «por tudo o que não pode ser negócio, como é a luta contra a privatização da água», «por mais e melhores residências públicas para os estudantes, por mais investimento no ensino, para que os alunos não passem frio nas salas de aula na Escola Profissional de Artes da Beira Interior», «por medidas de apoio concretas para os agricultores»; «uma luta pelo que é nosso, que é de todos, que é a luta pela defesa da floresta, dos nossos recursos naturais, do ambiente, da Serra da Estrela».
«A empreitada é grande, mas há forças, há vontade e, acima de tudo, há potencialidades e há recursos», frisou Paulo Raimundo.