Valorizar salários é emergência nacional

Estamos condenados aos salários baixos, ao aumento da exploração dos trabalhadores, às crescentes desigualdade sociais e ao agravar da pobreza? É justo que os grandes grupos económicos acumulem milhões de euros de lucros ao mesmo tempo que se acentuam as desigualdades em consequência do aumento brutal do custo de vida?

Portugal tem um modelo económico assente em baixos salários e na precariedade: 75% dos trabalhadores têm salários inferiores a 1000 euros e dois milhões ganham menos de 800 euros; milhares de pessoas empobrecem trabalhando. O aumento geral dos salários, para todos os trabalhadores, e do salário mínimo nacional, é há muito um imperativo de justiça social e um factor de desenvolvimento económico.

Que se torna hoje ainda mais urgente, perante o brutal agravamento dos preços de bens e serviços essenciais, em resultado da especulação dos grupos económicos (dos combustíveis, da energia, da grande distribuição), que acumulam lucros escandalosos à custa do empobrecimento da maioria: o preço dos bens alimentares aumentou 18% e os lucros dos grupos Sonae e Jerónimo Martins (donos dos supermercados Continente e Pingo Doce, respectivamente) dispararam; o mesmo se passa com os combustíveis e a Galp, com a energia e a EDP…

 

++ PROPOSTAS ++

- Aumento geral dos salários, nomeadamente do salário médio (para a sua convergência com a zona Euro em cinco anos) e do Salário Mínimo Nacional para 850 euros

- Aumento dos salários na Administração Pública

- Revogação das normas gravosas da legislação laboral

- Valorização das carreiras e profissões

- Fixação de preços de referência nos combustíveis e bens alimentares

- Margens máximas no GPL em botija e canalizado

- Redução da taxa de IVA para 6% na electricidade, gás natural, GPL e gás de botija e para 13% nas telecomunicações

- Reforço da progressividade do IRC, assumindo a redução da tributação das MPME e agravamento sobre os lucros dos grupos económicos, taxando em 35% os lucros acima de 50 milhões de euros

- Tributação extraordinária dos lucros dos grupos económicos

- Eliminação de benefícios fiscais aos grupos económicos, aos grandes proprietários e às grandes fortunas.

 



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