Travada proposta do PCP para poupar na factura energética e evitar o roubo

Não obteve vencimento no Parlamento o projecto de lei do PCP com propostas para facilitar o acesso ao mercado regulado da energia, com tarifas mais baixas. A ele se opuseram PS e IL, com isso prejudicando a população.

É preciso criar a tarifa regulada para o gás de botija e GPL canalizado

«O PCP preocupa-se mais com as pessoas que não têm dinheiro para aquecerem as suas casas, do que com os grupos económicos que perdem clientes para o mercado regulado da energia», afirmou o deputado comunista Bruno Dias, desvendando a razão de fundo que levou a sua bancada a propor um texto legislativo com «medidas concretas para ir mais longe na defesa das populações», pondo deste modo cobro ao que considerou ser o «roubo autêntico que se está a verificar».

Simplificar o acesso às tarifas reguladas na energia, determinar a sua continuidade - pondo termo ao carácter transitório que ainda tem -, criar a tarifa regulada de gás de botija e GPL canalizado, tais eram os objectivos concretos visados com o diploma comunista.

Sem rebater nenhum dos fundamentos que suportam o diploma comunista nem aludir às suas propostas, o PS, por intermédio do deputado Ricardo Pinheiro, preferiu elogiar a política energética e «o modelo de investimento em energias renováveis» nos últimos anos, enaltecendo o facto de o País ter reduzido «1.6 giga watts de energia térmica». E deixou subentendido que as «medidas excepcionais para protecção dos clientes finais», nomeadamente o «regresso ao regime das tarifas reguladas de gás natural», são suficientes.

Mas não o são, como demonstrou Bruno Dias ao insistir na ideia de que é preciso eliminar o carácter transitório da tarifa regulada do gás, bem como da electricidade, conferindo-lhe perenidade, como propõe o PCP, que pugna ainda pela criação da uma tarifa regulada para o GPL. É que só a tarifa regulada – que o Governo muito tardiamente veio a permitir como solução para limitar os aumentos especulativos, depois de ter inviabilizado em Maio deste ano, juntamente com o PSD, Chega e IL, uma proposta do PCP nesse sentido – permite assegurar um «importante escudo contra as volatilidades especulativas».

Bruno Dias não deixou de esclarecer, referindo-se ainda à tarifa regulada para o GPL, que a «necessidade premente» da sua criação não pode ser confundida nem substitui a actual aplicação (ainda que insuficiente) da «legislação em vigor sobre a fixação, a título excepcional, de margens máximas na formação do preço de venda ao público do GPL engarrafado».

A proposta do PCP previa ainda a «simplificação do processo de celebração de contrato de fornecimento de electricidade ou gás com o comercializador de último recurso, ou da transferência de contratos, garantindo que neste caso não são aplicáveis os requisitos exigidos para a celebração de novo contrato».



Mais artigos de: Assembleia da República

PCP com propostas para o OE 2023

O PCP anunciou anteontem as primeiras propostas de alteração ao Orçamento do Estado, visando valorizar o poder de compra de salários e pensões, regular preços de bens e serviços essenciais, defender o SNS e promover a justiça fiscal.

Pôr fim à instabilidade no arrendamento não habitacional

Não passou no Parlamento o projecto de lei do PCP que criava um regime autónomo de arrendamento para as actividades económicas (indústria e comércio), o exercício de profissões liberais e outras actividades de natureza cultural, recreativa, de solidariedade social ou associativa. Estiveram contra o diploma PS, PSD e IL,...

Directiva da UE sobre voto em mobilidade

O PCP votou contra o projecto de resolução apresentado pela Comissão de Assuntos Europeus, segundo uma Proposta de Directiva do Conselho, sobre o direito de voto e elegibilidade nas eleições para o Parlamento Europeu dos cidadãos da União Europeia que estejam deslocados do seu estado-membro. O diploma foi aprovado, dia...

PS rejeita soluções estruturais para a seca

A criação de um Plano Nacional para a Prevenção Estrutural dos Efeitos da Seca, proposta em projecto de lei do PCP e que esteve em debate no Parlamento no dia 19, foi inviabilizada pelos votos contra de PS e IL. A favor, além do proponente, estiverem BE, Livre e Ch, optando PSD e PAN pela abstenção. Alicerçado em duas...

Queixas aumentam na Provedoria de Justiça

Em 2021, as questões relacionadas com a Segurança Social representaram cerca de 27% do total de número de queixas dirigidas à Provedora de Justiça em 2021, ano em que se registou também um crescimento acentuado das queixas sobre Saúde (em 32%) e um crescimento absoluto das queixas relativas a Assuntos...