Precipitações

A precipitação das eleições legislativas para o final de Janeiro, decidida pelo Presidente da República, levou já a grande agitação nas grelhas mediáticas. Ainda não conhecemos os critérios que vão determinar a cobertura mediática do período eleitoral – a começar nas entrevistas e nos modelos de debates que venham a ser decididos, particularmente pelas estações de televisão – mas os sinais recentes já apontam para a continuidade do padrão recente: o tratamento desigual, com notória discriminação do PCP e da CDU.

Na semana que passou, a televisão pública deu logo dois sinais preocupantes que indiciam a tentação de recuperar a velha, estafada e desmentida fábula de que as eleições legislativas servem para eleger o primeiro-ministro e o governo. À segunda-feira reservaram um espaço privilegiado na RTP1, logo a seguir ao Telejornal, às 21h, para uma longa entrevista apresentada como sendo ao primeiro-ministro. Efectivamente a entrevista foi conduzida em São Bento e não no Largo do Rato, mas todo o conteúdo foi de uma entrevista ao Secretário-geral do PS num momento em que estão anunciadas eleições para daqui a menos de três meses. O problema seria menor se este fosse um padrão a seguir para entrevistas a outros dirigentes partidários, mas basta lembrar que ainda na passada semana a entrevista com o Secretário-Geral do PCP foi remetida para a RTP3 às 23h para perceber que não será o caso.

O desequilíbrio foi aprofundado pela RTP no dia seguinte, com uma opção tão inusitada quanto inaceitável. Dedicou toda uma edição do programa semanal de debate na RTP1, com 1h30 de duração, à «alternativa de Governo à direita». Ou seja, à segunda dá uma janela no seu prime time ao PS, no dia seguinte dá ao PSD. Vejamos o painel do debate: a dois «politólogos», juntaram-se Santana Lopes (ex-líder do PSD), Carlos Guimarães Pinto (ex-líder da Iniciativa Liberal), e dois conhecidos militantes do PSD, cada um representando cada candidato às eleições internas, André Coelho Lima (apoiante de Rio) e Miguel Pinto Luz (apoiante de Rangel).

Esta opção não é caso isolado, tendo em conta as peças, os directos, os programa de comentário dedicados às disputas internas no PSD e no CDS, que em muitos dias assumem o protagonismo do noticiário político, e não apenas na RTP. Por exemplo, num espaço de três dias, a 2 e a 5 de Novembro, a SIC Notícias fez duas entrevistas em directo com Nuno Melo. Em três dias, Nuno Melo (que, recorde-se, é apenas deputado no Parlamento Europeu e que disputa actualmente a liderança do CDS) teve mais espaço de viva voz, em discurso directo, na SIC Notícias do que o PCP no último mês.

Mas nada disto será surpresa se olharmos para o painel de comentadores fixos naquela estação: a Marques Mendes (o oráculo que, já ninguém se lembra, andou desde o Verão a garantir o voto a favor do PCP ao Orçamento) em sinal aberto, juntam-se José Miguel Júdice, Ana Gomes, Francisco Louçã e, em formato frente-a-frente, Adolfo Mesquita Nunes com Mariana Mortágua, e Miguel Morgado com Pedro Delgado Alves. Só comunista não entra.



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