«Durante esta pandemia de COVID-19 inspirou-nos muito ver como o pessoal médico de uma ilha pequena sob um bloqueio criminoso arriscou as suas próprias vidas para salvar outras vidas em distintos países pelo mundo», afirmou Medea Benjamin, co-fundadora da organização pacifista Code Pink.

Falando em Washington, a activista lamentou que a brigada Henry Reeve não tenha sido reconhecida pelo Comité do Prémio Nobel e por isso foi decidido entregar-lhe o Prémio da Paz dos Povos (People’s Peace Awards), que destaca «a incrível solidariedade, humanismo e valores que demonstraram ao longo de tantos anos».

O Contingente de Médicos Especializados em Situações de Desastre e Graves Epidemias foi constituído em 19 de Setembro de 2005, em Havana, por iniciativa de Fidel Castro, que então afirmou que se podia mostrar como dar respostas às tragédias do planeta.

A primeira emergência que a brigada enfrentou, poucos dias após a sua criação, foi na Guatemala, onde ajudou a população afectada pelas inundações ali ocorridas em 2005, e também aquando do terramoto no Paquistão. Em 2010, a brigada cubana ajudou as vítimas do devastador sismo no Haiti. Cuba foi um dos primeiros países do mundo a dar resposta ao apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das Nações Unidas para enfrentar a epidemia de ébola em África, em 2014. Mais recentemente, a assistência dos profissionais da Henry Reeve chegou a cerca de 40 de países para combater a pandemia de COVID-19.

Pela sua trajectória relevante, o Contingente Henry Reeve – cujo nome homenageia um jovem combatente norte-americano caído nas guerras de independência de Cuba – recebeu em 2017 o prémio Dr. Lee Jong-wook, da OMS. Nos últimos meses, cerca de 100 organizações e mais de 40 mil pessoas apoiaram a nomeação do Contingente Internacional de Médicos Henry Reeve para o Prémio Nobel da Paz.